Autor: Carolina Moreira
O Papa Francisco decidiu nomear o arcebispo jorgense D. José Avelino Bettencourt para ser o novo Núncio Apostólico do Vaticano nas repúblicas dos Camarões e Guiné Equatorial.
O anúncio aconteceu no passado dia 30 de agosto, devendo agora o arcebispo açoriano ser transferido no mês de outubro da Geórgia, Arménia e Azerbaijão para ser representante diplomático do Papa em África.
Segundo o sítio da Igreja Açores, esta será a segunda vez que D. José Avelino Bettencourt estará em África numa posição diplomática, tendo servido como conselheiro, em 1999, na Nunciatura da Santa Sé na República Democrática do Congo, “onde assistiu à guerra civil e ao assassinato do presidente Laurent-Désiré Kabila, em 18 de janeiro de 2001”.
O arcebispo açoriano é enviado agora para dois países africanos, de maioria islâmica, que têm registado desde 2021 um agravamento da perseguição religiosa, com ataques de grupos islâmicos extremistas, de acordo com o relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
O sítio Igreja Açores destaca que D. José Avelino Bettencourt desempenha a função de Núncio Apostólico (Embaixador) da Santa Sé desde 2018, sendo o primeiro Núncio de origem açoriana e o segundo português, depois de D. António Monteiro de Castro. É também o 20.º açoriano nomeado bispo e enviado para funções fora do arquipélago.
“Quando D. José Avelino Bettencourt foi nomeado bispo, o Papa atribuiu-lhe simbolicamente a titularidade da antiga diocese de Cittanova, no território da Croácia”, destaca ainda o Igreja Açores.
Natural do concelho das Velas, na ilha de São Jorge, o arcebispo foi educado no Canadá, para onde emigrou com apenas três anos de idade com a família.
Foi ordenado padre em 1993 e mudou-se para Roma para estudar Direito Canónico em 1995, onde ficou até ser convidado pelo Vaticano a exercer o serviço diplomático da Santa Sé.
D. José Avelino Bettencourt fez carreira diplomática no Vaticano e, em 2007, foi escolhido como chefe de protocolo do Vaticano, tendo contactado com monarcas e chefes de Estado antes de estes serem recebidos pelo Papa Francisco. Segundo o Igreja Açores, encarregava-se ainda dos procedimentos relativos à credenciação dos novos embaixadores.