Árbitro confirma embalagem com inscrição "cal viva em pó" no Santa Clara-Paços
5 de fev. de 2020, 18:52
— Lusa/AO Online
Segundo
o relatório a que a Lusa teve acesso, a equipa de arbitragem,
liderada por João Bento, foi alertada pelos delegados da Liga de clubes
de que "o produto que estava a ser colocado [para efetuar a marcação das
linhas] estava dentro de uma embalagem plástica contendo a informação
cal viva em pó, substância proibida para marcação do terreno de jogo".Esta
utilização de “um novo produto”, explicou o árbitro no relatório,
aconteceu depois de várias remarcações sem sucesso que fizeram alterar o
horário do jogo e de um novo acordo entre todos os elementos no sentido
de "marcar novamente o terreno de jogo", uma vez que "a intenção de
todos seria a realização da partida, a qual ficou remarcada para as
21h30, hora local"."De referir ainda que a
maior parte das linhas estavam irregulares, visto que as suas dimensões
não tinham as medidas exigidas pela lei", pode ainda ler-se no
documento a que a agência Lusa teve acesso."Perante
estes novos factos", ficou decidido na reunião entre todas as partes
que não haveria jogo à hora reagendada e que o mesmo se iria realizar no
dia seguinte, às 16:30, hora locais, como aconteceu, e que terminaria
com a vitória do Santa Clara por 2-1.O
Paços de Ferreira disputou o jogo sob protesto, uma intenção confirmada
na segunda-feira pelo presidente à chegada da comitiva dos Açores, não
concordando com a versão avançada pela Liga Portuguesa de Futebol
Profissional, para quem "as condições climatéricas foram a verdadeira
causa para que as linhas não estivessem suficientemente visíveis"."Se
os responsáveis tiverem a coragem política de assumir as suas
responsabilidades e percebermos que o regulamento não é para ficar na
gaveta e sim para ser aplicado, não tenho dúvidas nenhumas que, lendo
textualmente o que diz, esta situação implica, para além das multas, uma
penalização clara. E isso tem que ver com uma derrota da equipa
responsável pela organização do jogo", referiu Paulo Meneses. O presidente do Paços de Ferreira frisou que o material alternativo a utilizar nas marcações era “ilegal e perigoso”.“Apesar
da boa vontade, chegámos a conclusão de que o material a aplicar [nas
marcações] nem sequer era alternativo, e, além de não regulamentar e
ilegal, é perigoso para a integridade física dos jogadores. Pior ainda
foi a tentativa de camuflar a situação com recurso a uma mentira,
dizendo que era uma cal morta, que terão conseguido colocar num saco
inviolado que dizia cal viva. Tudo isto é muito claro", acusou. No
sábado, Rui Cordeiro, presidente do Santa Clara, desmentiu a “aplicação
de cal viva” no relvado, referindo que o produto utilizado era “pó de
pedra”.O Paços vai também formalizar uma
participação disciplinar por "coisas que se passaram no final do jogo na
sequência de declarações prestadas pelo Pedrinho" na zona de
entrevistas rápidas.