AR começa hoje a votar proposta e mais de 600 alterações dos partidos
OE2018
22 de nov. de 2017, 08:37
— Lusa/AO Online
Entre os temas que
deverão marcar os próximos dias de debate e das votações relativas à
proposta orçamental de 2018, cuja votação final global será na
segunda-feira, estão as medidas relacionadas com os incêndios, as
alterações ao regime simplificado de IRS, as carreiras na função pública
(e em especial a dos professores) e as cativações de despesa.Para
a resposta, prevenção e combate aos incêndios, os partidos apresentaram
várias propostas: o PS, por exemplo, prevê um total de 186 milhões de
euros para despesas com indemnizações, apoios, prevenção e combate aos
fogos e pretende que uma verba de 100 milhões de euros do IAPMEI, que
resulta de reembolsos de incentivos comunitários, transite para 2018 e
seja aplicada no financiamento do sistema das empresas atingidas pelos
incêndios florestais. Por
sua vez, o PCP apresentou 44 medidas num valor global acima dos 800
milhões de euros e o CDS-PP defende um apoio de 150 euros por hectare
durante dez anos para a reflorestação com folhosas autóctones nas áreas
ardidas este ano e a dedução das despesas com o investimento na floresta
em sede de IRS.O
ministro das Finanças já disse no parlamento que o total de medidas de
resposta, apoio, prevenção e combate aos incêndios em 2018 ascenderá a
650 milhões de euros, dos quais 230 milhões terão impacto no défice.Na
função pública, a discussão mais acesa deverá ser em torno das
carreiras dos professores e da contagem do tempo de serviço para efeitos
de descongelamento das progressões.O
Bloco de Esquerda (BE) exige não só a contabilização na íntegra do
tempo de serviço como o início do pagamento da reposição salarial nesta
legislatura, mas "em termos a negociar com as organizações sindicais
representativas dos docentes", e o PCP pede a contabilização de todo o
tempo de serviço para todas as carreiras no que diz respeito a
progressões e promoções.Na
área fiscal, a intenção de alterar as regras do regime simplificado de
IRS tinha ficado clara na proposta de OE2018, em que o Governo detalhou a
forma como o pretendia fazer, o que gerou amplas críticas, tendo o
executivo de imediato dito que estava disponível para melhorar a medida.A
solução foi apresentada pelo PS, que submeteu uma proposta de alteração
que deixa de fora da medida os agricultores e os pequenos comerciantes,
sendo abrangidos apenas os profissionais liberais e os outros
prestadores de serviços (como os do alojamento local).O
novo regime deverá limitar a presunção automática de despesas,
mantendo-se os coeficientes que atualmente existem (e que garantem uma
dedução automática ao rendimento tributável), mas uma parte ficará
dependente das despesas suportadas e registadas no e-fatura, tendo estes
trabalhadores de justificar 15% das despesas.Para
preencher estes requisitos é considerada automaticamente uma dedução de
4.014 euros e também as despesas com pessoal, as rendas e os encargos
com imóveis e outras despesas, como "materiais de consumo corrente,
eletricidade, água, transportes e comunicações e rendas", entre outros.Outro
tema que também tem aquecido as discussões parlamentares sobre o OE2018
é o das cativações de despesas, tendo o ministro das Finanças garantido
que haveria uma "redução muito significativa" das cativações em 2018.Depois
disso, o BE anunciou que chegou a acordo com o Governo para que não
haja em 2018 cativações em quatro entidades do setor da saúde: o
Instituto Nacional da Emergência Médica (INEM), o Serviço de Intervenção
nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), a Direção Geral
da Saúde (DGS) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).O
PCP quer que sejam excluídas das cativações "as dotações destinadas ao
Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências,
ao INEM e à DGS" e os socialistas pedem que as cativações previstas na
lei orçamental e no decreto-lei de execução orçamental do próximo ano
sejam inferiores a 90% dos cativos aprovados inicialmente em 2017.