AR ‘chumba’ todas as recomendações sobre Programa de Estabilidade e Programa Nacional de Reformas
14 de mai. de 2020, 18:31
— Lusa/AO Online
A resolução do PSD - que teve votos
contra de PS, PCP e PEV, e a abstenção do CDS-PP - recomendava ao
Governo que complementasse o Programa de Estabilidade (PE) com um
Programa de Emergência Social com medidas calendarizadas para "minimizar
o impacto da crise social" causada pela Covid-19.Por
outro lado, os sociais-democratas apelavam ao executivo que
desenvolvesse "todas as diligências político-diplomáticas necessárias,
junto das instituições europeias, de modo a que um Programa Europeu de
Financiamento da Recuperação Económica e Social seja apresentado e
implementado em tempo útil, sem que isso ponha em causa as contas
públicas nacionais".Já o PCP apresentou um
projeto de resolução - que teve votos contra de PS, PSD, CDS-PP, Chega e
Iniciativa Liberal - que rejeitava as "opções" do Governo "assentes na
submissão à União Europeia e ao euro" no Programa Nacional de Reformas e
no Programa de Estabilidade.A
apresentação anual pelo Governo, à Comissão Europeia, do Programa
Nacional de Reformas e do Programa de Estabilidade é "um exercício de
submissão ao euro e às regras e imposições que lhe estão associadas,
nomeadamente no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento", defendem
os comunistas.Por isso, o PCP propunha
que o parlamento recusasse "as opções assentes na submissão à União
Europeia e ao euro" e os "instrumentos de condicionamento do país daí
decorrentes, afirmando o direito soberano do Estado português a decidir
do seu futuro" e de "mobilizar os recursos necessários ao aumento dos
salários e pensões, à melhoria dos serviços públicos".Já
o CDS-PP - num texto chumbado por PS, BE, PCP, PEV e deputada não
inscrita - recomendava ao Governo que incluísse no Programa Nacional de
Reformas uma série de medidas, como um programa rápido de recuperação de
listas de espera na saúde e um plano de emergência social.A
nível económico, o partido defendia "o reajustamento das tabelas de
retenção na fonte de IRS, com efeitos retroativos a março", a agilização
do reembolso de IRS, a criação de mecanismo de acerto de contas entre o
Estado e o contribuinte e ainda a eliminação de "burocracias
desnecessárias" no 'lay-off'.Na educação, o
CDS propunha que o valor de equipamentos como computadores ou ?tablet'
comprados por professores e alunos possa ser deduzido no IRS deste ano e
que seja criado "um vale tecnológico para apoio à compra deste
equipamento, mediante condição de recursos a definir".Já
a resolução do PAN - rejeitada por PS, PSD e CDS-PP - recomendava ao
Governo que incluísse o combate às alterações climáticas no Programa
Nacional de Reformas, porque "a crise climática não desapareceu", No
documento, o partido rejeitava também a implementação de medidas de
austeridade como "aumentos dos impostos sobre os rendimentos do
trabalho, cortes de salários ou promoção da precariedade laboral".A
Assembleia da República debateu o Programa de Estabilidade e o
Programa Nacional de Reformas, que não são votados no parlamento, mas
habitualmente os partidos apresentam projetos de resolução sobre o seu
conteúdo, propondo alterações ou até a sua rejeição, que são levadas à
votação do plenário.