AR aprova e remete para especialidade proposta de lei do Governo da violência doméstica
7 de mai. de 2020, 17:21
— Lusa/AO Online
A
proposta do executivo, que foi debatida na quarta-feira em plenário na
Assembleia da República, prevê a recolha de prova pelas autoridades nas
primeiras 72 horas a seguir à queixa e alterações ao nível das decisões
judiciais, atribuindo aos juízes de instrução criminal poderes para
tomar decisões temporárias, que vigoram durante três meses, de caráter
cível, sobre matérias relativas a menores, como a guarda parental. Este
último ponto mereceu críticas durante o debate de quarta-feira,
sobretudo da parte do PSD, que acompanhou o Conselho Superior da
Magistratura (CSM) no entendimento de que a proposta tem problemas de
constitucionalidade e coloca problemas de distribuição de competências
entre tribunais e agrava o risco de decisões contraditórias.A proposta do Governo será agora trabalhada e alterada em comissão parlamentar.O
parlamento também aprovou hoje, remetendo-os igualmente para discussão
na especialidade, projetos de lei do PCP, dos Verdes e do Bloco de
Esquerda, relativas a melhores condições de proteção às vítimas,
incluindo no contexto da atual pandemia de covid-19, e de proteção de
crianças e jovens.O Bloco de Esquerda
defendeu na quarta-feira que às crianças e jovens envolvidos em crimes
de violência doméstica deve ser atribuído um estatuto de vítima autónoma
do crime.O mesmo foi defendido pela
Iniciativa Liberal, mas o projeto de lei apresentado pelo deputado João
Cotrim de Figueiredo foi rejeitado nas votações de hoje.