AR altera lei para permitir candidatos independentes à câmara e assembleia
Autárquicas
21 de abr. de 2021, 11:52
— Lusa/AO Online
Os deputados
começaram a discutir e a fazer votações indiciárias
(ou indicativas) para um texto de substituição com alterações à lei
eleitoral das autarquias locais - contestada pelos autarcas
independentes que alegam dificultar as candidaturas independentes - de
forma a ser votado ainda na quinta-feira pela Assembleia da República.Um
dos primeiros artigos polémicos a ser alterado foi aquele que impedia
que um candidato independente a uma câmara pudesse sê-lo também a uma
assembleia municipal, um dos aspetos mais contestados pelos autarcas
independentes nos últimos meses.Este artigo foi alterado por proposta do PCP e BE e aprovado por maioria, apenas com o voto contra do PSD.Outra
norma alterada foi quanto à exigência de assinaturas pelos candidatos
que se apresentem aos três órgãos autárquicos – câmara, assembleia
municipal e junta de freguesia.Ao
contrário do que acontecia até agora, com a alteração à lei aprovada em
2020, os grupos de cidadãos que concorram à câmara e assembleia
municipal “podem ainda apresentar candidatura aos órgãos das freguesias
do mesmo concelho, desde que os proponentes integrem 1% dos cidadãos
registados na freguesia”.Foi esta a
proposta, apresentada pelo PS, que abandonou uma proposta para que o
número de proponentes fosse de “pelo menos 50 cidadãos recenseados na
freguesia a que se candidatam”.Na lei em
vigor, os números mínimos eram de 50 e os 2.000 proponentes para casos
de freguesias ou de municípios com menos de 1.000 eleitores ou “inferior
a 250 ou superior a 4.000, no caso de candidaturas a órgão dos
restantes municípios”.Depois do trabalho
em comissão, é preciso que o texto de substituição seja aprovado no
plenário da Assembleia da República, em votação na generalidade,
especialidade e final global, dado que os nove projetos baixaram à
comissão sem votação.Dado que há prazos
para a marcação de eleições locais, ainda sem data marcada, mas que se
deverão realizar entre setembro e outubro, a votação da lei terá de ser
rápida de modo a produzir efeitos. Na
primeira hora da reunião, interrompida para a audição da ministra da
Presidência, Mariana Vieira da Silva, fizeram vencimento grande parte
das propostas de alteração feitas pelo PS.O debate das leis eleitorais prossegue, em comissão, depois da audição da ministra, para as restantes matérias.