Aquisição de radares meteorológicos das Flores e São Miguel avança no outono
22 de jul. de 2021, 16:31
— Lusa/AO Online
“Acabámos de enviar para a
nossa tutela uma proposta de resolução de Conselho de Ministros que
dará início ao processo de aquisição dos dois radares meteorológicos que
faltam à Região Autónoma dos Açores, exatamente, no grupo ocidental e
no grupo oriental”, anunciou Miguel Miranda, presidente do conselho
diretivo do IPMA, depois de ter sido recebido em audiência, juntamente
com o delegado regional dos Açores do IPMA, pelo presidente do Governo
Regional, que se fez acompanhar pelo secretário regional do Ambiente e
Alterações Climáticas.Este investimento de
seis milhões de euros dá resposta a uma “reivindicação antiga” de
instalação de radares meteorológicos nas ilhas das Flores e de São
Miguel, e irá disponibilizar “dois radares de última geração, com a
última tecnologia disponível”.O concurso
internacional será lançado no outono e o processo deve estar terminado
em 2023, adiantou Miguel Miranda, mas a localização da instalação do
equipamento em São Miguel ainda não está fechada.Depois
de terem estado em cima da mesa as opções do Pico da Barrosa e do Pico
das Éguas, o processo não vai “partir do zero, porque todos os trabalhos
feitos vão ser utilizados nas decisões”, mas estas já não são as únicas
duas hipóteses em estudo.“Vamos olhar
para o terreno, porque o tempo passou, discutimos muito e fizemos pouco.
Chegou a altura de discutirmos pouco e fazer muito”, afirmou o
presidente do IPMA.De acordo com o responsável, “houve alterações nos últimos anos que têm de ser tomadas em conta”.“Há
outras infraestruturas que estão a ser instaladas, outras que estão a
ser planeadas para ser instaladas, e, portanto, temos de fazer de forma a
que sejam otimizadas as escolhas”, concretizou.O
equipamento instalado vai ter “a mesma qualidade que tem o radar de
Santa Bárbara, o que será fantástico, porque mede, simultaneamente, os
meteoros e o vento”, que “é a grandeza mais importante em termos de
segurança aeronáutica e em termos de segurança das populações”, disse o
meteorologista.Em setembro de 2020, foi inaugurado o radar de Santa Bárbara, na ilha Terceira.Até
então, os Açores eram a única região do país sem cobertura por radar
meteorológico e há vários anos que as autoridades regionais
reivindicavam este equipamento.A Força
Aérea norte-americana detinha um radar meteorológico na ilha Terceira,
mas decidiu desativá-lo em 2016, na sequência de um processo de redução
militar na base das Lajes, localizada na mesma ilha.Miguel
Miranda destacou que a “capacidade de observar um segmento que tem
quase mil quilómetros de extensão, que será a área coberta pelos três
radares meteorológicos, em associação com outras iniciativas, será
fundamental, não só para a região, como para o país, como para o
Atlântico norte na sua totalidade”.“Vamos
ter pela frente, seguramente, fenómenos meteorológicos extremos nas
próximas décadas e temos de nos preparar para eles, temos de ter
redundância, temos de ter observação, temos de ter capacidade de não
parar, mesmo em condições muito difíceis de tempo”, referiu.O
presidente do Governo Regional dos Açores agradeceu a capacidade do
IPMA de “ver nos Açores uma centralidade e uma importância, para que os
radares meteorológicos aumentem a capacidade instalada no país, para os
Açores, para o país e para o mundo, relativamente ao conhecimento
meteorológico e a sua evolução”.“Estamos a
trabalhar em conjunto, não apenas para observar o acontecido, mas para,
conhecendo um percurso de risco, prevenir da melhor forma estes riscos,
que, associados às alterações climáticas, possam introduzir fenómenos
extremos da natureza”, frisou José Manuel Bolieiro.O
social-democrata referiu ainda que este investimento permite fornecer
“uma rede de dados, informação para o mundo, designadamente para a
observação do Atlântico Norte”.