Aprovado diploma que atribui à IP competência para promover atividades na área dos cabos submarinos
9 de set. de 2022, 10:06
— Lusa/AO Online
“Foi
aprovado, em redação final, o decreto-lei que atribui à Infraestruturas
de Portugal competências para promover, em regime de concessão, as
atividades conexas com o sistema de cabos submarinos de comunicações
eletrónicas entre o continente e as Regiões Autónomas”, pode ler-se no
comunicado divulgado pelo CM.Na nota,
a tutela acrescenta que o objetivo é que se possa “prosseguir com o
processo de substituição do sistema de cabos submarinos procurando
potenciar a sua utilização através da agregação de novas funcionalidades
e serviços”.Há uma semana, o Conselho de
Ministros tinha aprovado o diploma que altera os estatutos da IP para
que lhe pudesse ser atribuída essa competência.Na
ocasião, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação
explicou que, a partir de agora, “passa a fazer parte do objeto social
da IP a conceção, construção e operação de cabos submarinos.No
seu relatório e Contas de 2021, a IP refere que “no seguimento do
importante mandato conferido pelo Governo Português à IP Telecom, foram
desenvolvidos e entregues à tutela no primeiro semestre do ano de 2021, a
estruturação técnica e o plano de negócios para a execução do projeto
do novo Anel de Cabos Submarinos Continente-Açores-Madeira”.No
início deste ano, a agência Lusa noticiou – com base na resposta a um
requerimento dos deputados do PS/Açores na Assembleia da República - que
o Governo da República avançou estarem “reunidos os elementos
necessários para iniciar o procedimento contratual” para a substituição
dos cabos submarinos de comunicações entre o continente e as regiões
autónomas.No referido requerimento, a que a
Lusa teve acesso, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação
considerava "indispensável” para a “coesão territorial" a “substituição
do atual sistema de comunicações por um novo sistema de cabos submarinos
de titularidade pública”."Estão, desta
forma, reunidos os elementos necessários para iniciar o procedimento
contratual. No entanto, e devido à situação política que resultou da
dissolução da Assembleia da República, deverá ser o próximo governo a
dar início ao procedimento assim que o entender”, indicava na altura o
Governo da República.No documento, que
surgiu após uma pergunta dos deputados do PS/Açores na Assembleia da
República, o ministério então liderado por Pedro Nuno Santos lembrava
que o operador público de telecomunicações, a IP Telecom, foi incumbido
de "desenvolver o projeto" de substituição dos atuais cabos em setembro
de 2020.“Entretanto, a referida entidade
já produziu o estudo económico-financeiro, o modelo de contratação de
construção e de exploração e o respetivo plano de desenvolvimento do
projeto”, lê-se no requerimento.Em
setembro de 2020, foi anunciado que o investimento na substituição dos
cabos submarinos de comunicação eletrónica entre o continente, os Açores
e Madeira era de 118,9 milhões de euros.