Aprovadas propostas do PSD, CDS e PCP para retomar negociações com os professores
OE2019
26 de nov. de 2018, 17:31
— Lusa/AO Online
Porém, foram
rejeitadas as propostas do BE e do PCP que propunham um calendário para o
faseamento da contabilização integral do tempo de serviço das carreiras
especiais da função pública.As
alterações do PSD e do CDS ao Orçamento do Estado para 2019 relativas
ao tempo de serviço nas carreiras, cargos ou categorias integradas em
corpos especiais, nas quais se incluem os professores, foram aprovadas
com os votos contra do PS e a favor das restantes bancadas.Antes
da votação, a bancada do PSD pediu para a sua proposta de alteração ser
votada juntamente com o número 01 do texto do CDS-PP sobre o mesmo
tema, uma vez eram iguais.Da
proposta do PCP, cujos pontos foram votados separadamente, apenas o
primeiro ponto foi aprovado, com os votos contra do PS, a abstenção do
CDS-PP e os votos favoráveis das restantes bancadas."A
definição do prazo e do modo de concretização da valorização
remuneratória resultante da contagem do tempo de serviço das carreiras e
corpos especiais, tal como estabelecido pelo artigo 19.º da Lei n.º
114/2017, de 29 de dezembro, é objeto de negociação sindical", pode
ler-se no primeiro ponto relativo à progressão na carreira.Os
restantes dois pontos da proposta de alteração do PCP foram rejeitados,
tendo aquele que dava um prazo máximo de sete anos para este faseamento
sido chumbado com os votos a favor apenas de bloquistas e comunistas e
contra das restantes bancadas. O texto do BE teve igual votação."O
tempo de serviço dos trabalhadores das carreiras e corpos especiais da
administração pública, que não foi reconhecido em termos de valorização
remuneratória, será considerado de modo faseado, a partir de janeiro de
2019 e, no máximo, até ao final de 2023", referia a proposta de
alteração do BE.Em
declarações à agência Lusa no domingo, a vice-presidente da bancada
social-democrata com o pelouro da Educação, Margarida Mano, explicou que
o propósito da proposta, que retoma a norma do Orçamento do Estado de
2018, é "obrigar o Governo a voltar às negociações, que seja um
verdadeiro processo negocial e que tenha como base a contagem integral
do tempo de serviço"."Se
no final houver cedências e compromissos, tal será o resultado das
negociações, mas a base tem de ser a contagem integral do tempo de
serviço. (...) Não pode é ser o parlamento a antecipar-se ao fim das
negociações, não contribuiremos favoravelmente com o nosso voto para
isso", afirmou.Segundo
a proposta de alteração, "a expressão remuneratória do tempo de serviço
nas carreiras, cargos ou categorias integradas em corpos especiais, em
que a progressão e mudança de posição remuneratória dependam do decurso
de determinado período de prestação de serviço legalmente estabelecido
para o efeito, é considerada em processo negocial com vista a definir o
prazo e o modo para a sua concretização, tendo em conta a
sustentabilidade e compatibilização com os recursos disponíveis".Em
conferência de imprensa em 15 de novembro, o PSD anunciou que sobre os
professores, ia reapresentar 'ipsis verbis' a norma aprovada no
Orçamento do Estado para 2018 - e que caduca em 31 de dezembro -, que
determina o regresso às negociações para que seja encontrada "uma
solução que de forma justa" contabilize a totalidade do tempo de serviço
destes profissionais.