Aprovação de apoio à SATA "corresponde às pretensões" dos Açores
18 de ago. de 2020, 15:39
— Lusa/AO online
"O
Governo dos Açores salienta o excelente trabalho de colaboração e
articulação com o Governo da República e os serviços da Comissão
Europeia, nomeadamente a Direção-Geral da Concorrência, que permitiu
concluir este processo num curto espaço de tempo e de forma que
corresponde às pretensões da região", diz uma nota do executivo enviada
às redações. Com esta "decisão célere da
Comissão Europeia, fica assegurada a normalização da atividade da SATA e
a sua estabilidade financeira nos próximos tempos, em especial no que
se refere às várias responsabilidades de serviço público que oneram a
respetiva atividade", destaca ainda o Governo dos Açores, na nota
enviada pela secretaria regional com a tutela dos Transportes.A
Comissão Europeia aprovou hoje um auxílio de Estado a conceder pela
região à SATA, sob a forma de garantia estatal para obtenção de
financiamento nos mercados.O auxílio
aprovado é correspondente a 133 milhões de euros, valor inferior aos 163
milhões de euros que a transportadora aérea açoriana havia solicitado.Bruxelas abriu também uma investigação para avaliar o cumprimento das normas comunitárias noutros apoios públicos à companhia.A
instituição “abriu uma investigação para avaliar se certas medidas de
apoio público de Portugal a favor da empresa estão em conformidade com
as regras" comunitárias "sobre auxílios estatais a empresas em
dificuldade”, indicou a nota de imprensa.As
dificuldades financeiras da SATA perduram desde, pelo menos, 2014,
altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo
Regional dos Açores começou a registar prejuízos, entretanto agravados
pelos efeitos do surto de coronavírus, que teve um enorme impacto no
setor da aviação.E foi devido a tais
dificuldades que a Região Autónoma dos Açores aprovou, desde 2017, três
aumentos de capital na companhia aérea, para colmatar as carências de
liquidez.“As autoridades portuguesas
afirmam que os aumentos de capital em questão não constituem auxílios
estatais ao abrigo das regras da UE, uma vez que o Governo Regional dos
Açores, como único acionista da SATA, atuou como um investidor privado a
operar em condições de mercado”, referiu a Comissão Europeia.São
estes apoios públicos que Bruxelas vai agora “investigar mais
aprofundadamente”, visando perceber “se os aumentos de capital
constituíram auxílios estatais que deveriam ter sido notificados à
Comissão e, em caso afirmativo, se as medidas de apoio anteriores
satisfazem as condições das orientações de 2014 relativas aos auxílios
estatais de emergência e à reestruturação”, concluiu a instituição.O
atual conselho de administração da transportadora açoriana tomou posse
em janeiro e comprometeu-se a apresentar um plano estratégico e de
negócios até ao final do primeiro trimestre do ano, mas a pandemia da
covid-19 obrigou a uma reavaliação do documento.Em
julho, a SATA sublinhou que "o contexto provocado pela pandemia teve um
impacto muito significativo" e, devido à "paragem quase total da
atividade, foram implementadas todas as medidas possíveis ao dispor da
gestão, num cenário em que a preservação da empregabilidade era
fundamental".Nos próximos seis meses, nos
termos da regulamentação comunitária, "a SATA irá, conjuntamente com o
Governo dos Açores e a Comissão Europeia, trabalhar no plano de negócios
que assegure a sustentabilidade económica e financeira do grupo e
garanta os serviços de interesse económico geral no transporte aéreo
interilhas e com o exterior, que reconhecidamente devem ser
assegurados", indica hoje a nota do executivo açoriano.