Aposta no social “é crítica” para que “ninguém fique para trás”
UE/Presidência
4 de jan. de 2021, 12:26
— Lusa/AO Online
Em
entrevista à Lusa sobre a presidência portuguesa do Conselho da União
Europeia (UE), neste primeiro semestre de 2021, o primeiro-ministro
aponta também o desenvolvimento da Europa Social como “absolutamente
essencial” para “dar confiança” aos cidadãos e, dessa forma, esvaziar a
agenda do populismo.O Governo definiu a
Europa Social como “o foco” e “o coração” da presidência portuguesa e
espera ver aprovada na Cimeira Social marcada para maio, no Porto, uma
declaração sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais em que os 27
assumam que o emprego, as competências e a proteção social são elementos
centrais da recuperação económica da UE.“Este
é um tema crítico porque, como temos visto, os desafios que nos são
colocados pelas alterações climáticas e pela transição digital requerem
um fortíssimo investimento na formação, na requalificação profissional,
para que ninguém fique para trás, um fortíssimo investimento em
inovação, para que as pequenas e médias empresas possam ter uma
oportunidade de crescer e de se inserir nas cadeias de valor global a
partir dos mercados digitais, e exigem uma proteção social sólida que
assegure que ninguém é sacrificado”, afirma.António
Costa insiste que o desenvolvimento do Pilar Social, através de um
plano de implementação, é “um instrumento fundamental para que todos
tenham oportunidades e ninguém fique para trás” e “absolutamente
essencial para dar a todos confiança nos desafios das alterações
climáticas e da transição digital”.“A
falta de confiança gera medo e o medo é o que mais alimenta o populismo,
portanto, reforçar o pilar social é mesmo a melhor arma que temos para
combater o populismo”, afirma.Este
desenvolvimento da agenda social é apontado pelo primeiro-ministro como
um de três grandes ‘dossiers’ cuja resolução o deixaria “satisfeito” no
final da presidência, a par de uma recuperação económica “no terreno” e,
no plano externo, de uma “tradução efetiva” da parceria com África e da
abertura de uma parceria com a Índia.