Apoio financeiro do governo às associações portuguesas no estrangeiro com novas regras mais exigentes e transparentes
7 de out. de 2017, 21:37
— AOnline/LUSA
José Luís Carneiro reuniu-se hoje na embaixada de Portugal em Londres
com algumas dezenas de dirigentes associativos para apresentar o
decreto lei 124/2017, publicado no final de setembro e que regula os
apoios ao movimento associativo das comunidades portuguesas. "É
mais exigente, nomeadamente no cumprimento de determinadas regras de
procedimento democrático e de prestação de contas, mas também é essa
exigência dar um salto em frente da qualificação do trabalho associativo
dos portugueses no estrangeiro", disse à agência Lusa.O Reino
Unido possui atualmente 38 associações inscritas na Direção Geral dos
Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACP), que até agora
regulava o apoio financeiro com base num despacho antigo. "A
realidade das comunidades portuguesas no mundo alterou-se muito por
força do último grande fluxo migratório", justificou, o que contribuiu
para a mudança do perfil de emigrantes e da forma como se integram na
sociedade dos países de acolhimento. A nova lei estabelece regras
de prioridades para o financiamento, com destaque para projetos que
promovam a igualdade de género, cidadania, apoio à população carenciada,
reclusos e os direitos sociais e políticos dos cidadãos. O
secretário de Estado quer intensificar as relações entre as jovens
gerações, que se mobilizam através das redes sociais, de profissões como
a investigação científica e a docência, e as gerações mais antigas do
movimento associativo mais tradicional. Em vez de ser apresentado
um plano de atividades, os apoios passam a ser feitos apoios "por
lógica do projeto, vocacionados para a língua, cultura, artes e
vinculação das jovens gerações às suas identidades". O período de
candidaturas vai também deixar de estar aberto o ano inteiro para
decorrer apenas entre outubro e o final de dezembro, permitindo ao
governo cativar verbas com maior precisão. José Luís Carneiro
entende que esta nova metodologia "introduz uma cultura de planeamento
no desenvolvimento dos projetos e das atividades" e também maior
democracia e transparência na sua atribuição. A lista de "todas
entidades que se candidatam, as candidaturas apoiadas e os projetos que
mereceram apoio financeiro e relatórios de prestação de contas" serão
publicadas no Portal das Comunidades Portuguesas. "Esta cultura
de democrática e de transparência conduzirá a uma maior democratização
dos instrumentos de apoio ao movimento associativo", acreditaOs postos consulares vão estar responsáveis por receber e emitir um parecer prévio sobre as candidaturas.