Apoio da NATO será necessário "durante muito tempo"
Ucrânia
21 de nov. de 2022, 17:43
— Lusa/AO Online
"Temos de estar preparados
para apoiar a Ucrânia durante muito tempo", apesar de a Rússia estar a
recuar no terreno e de os ucranianos estarem a libertar territórios
ocupados, afirmou Stoltenberg em Madrid, na 68.ª sessão anual da
Assembleia Parlamentar da NATO (Organização do Tratado do Atlântico
Norte, a aliança de defesa entre países europeus e norte-americanos).Stoltenberg
disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, quando atacou
militarmente a Ucrânia, em fevereiro passado, subestimou a capacidade de
defesa e de resistência dos ucranianos, assim como a unidade da
comunidade internacional em torno de Kiev, mas seria agora "um grande
erro subestimar a Rússia", que mantém uma "capacidade militar
significativa e um elevado número de tropas" para continuar a guerra.Após
nove meses de guerra e sem conseguir derrotar a Ucrânia em "alguns
dias", como era o objetivo inicial, Moscovo está neste momento a
provocar um número significativo de vítimas no terreno e a infligir "um
sofrimento aterrador ao povo ucraniano", com disparos de mísseis sobre
cidades, casas e infraestruturas energéticas vitais, sublinhou
Stoltenberg, para pedir aos membros da Aliança Atlântica que se
mantenham unidos em torno da Ucrânia e no reforço do apoio a Kiev."Sei
que este apoio tem um preço e nos nossos países muitas pessoas
enfrentam uma crise de custo de visa e são tempos difíceis para muita
gente. Mas os preços que nós pagamos, os aliados na NATO, medem-se em
dinheiro, enquanto os ucranianos pagam um preço que se mede em sangue",
afirmou.Soltenberg acrescentou que o preço
a pagar em caso de vitória da Rússia seria "mais elevado", com "regimes
autoritários de todo o mundo" a saberem "que poderiam conseguir o que
querem com força bruta" e a tornar o planeta "mais perigoso" e os países
da NATO “mais vulneráveis”.Na mesma
intervenção, o secretário-geral da NATO congratulou-se com o reforço das
capacidades de defesa dos países da Aliança, mas disse que têm de
continuar e que o compromisso de dedicar a esta área 2% do Produto
Interno Bruto deve ser encarado como um limiar e não um teto.Stoltenberg
reiterou ainda que é preciso concluir s processos de adesão da
Finlândia e da Suécia à NATO, que a Turquia ainda não ratificou apesar
de, segundo o secretário-geral da Aliança, os dois países nórdicos já
terem cumprido aquilo com que se comprometeram em junho, num acordo
assinado com Ancara.Suécia e Finlândia
acordaram pôr fim a qualquer restrição de venda de armas à Turquia e
melhorar a cooperação antiterrorista, incluindo a entrega às autoridades
turcas de elementos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).A
sessão deste ano da Assembleia Parlamentar da NATO está a decorrer em
Madrid desde sexta-feira e os trabalhos terminam hoje, com uma
intervenção, por videoconferência, do Presidente da Ucrânia, Volodymyr
Zelensky. A Assembleia Parlamentar da NATO integra 269 deputados dos 30 países da Aliança e outros 100 membros de Estados parceiros.