Apesar do "risco" Madeira "não pode fechar" ao turismo

Covid-19

1 de set. de 2020, 13:27 — Lusa/AO Online

“A abertura ao exterior constitui um risco”, alertou Miguel Albuquerque à margem da visita que efetuou hoje à única exploração agrícola que produz lupo destinado à produção de cerveja artesanal no arquipélago, que atinge os 18 mil litros anuais, estando em fase de crescimento na freguesia do Monte, nos arredores do Funchal.Opinando que já se assiste a “uma segunda vaga da pandemia da covid-19 na Europa” que atinge países como Itália, França, Bélgica e Portugal, o governante madeirense destacou a eficácia da operação de rastreio implementada nos aeroportos da Madeira à chegada dos visitantes, declarando: “Não podemos fechar outra vez a Madeira”.“Estou satisfeito com os rastreios, que têm revelado uma grande eficácia no controle à entrada e rastreio para o exterior”, vincou.O chefe do executivo insular revelou que entre 30 e 40% dos passageiros que chegam à Madeira já trazem o teste PCR, o que “está dentro das perspetivas” do Governo Regional.Questionado sobre o regresso dos navios de cruzeiro ao porto do Funchal, o governo madeirense estava a “pensar que as operações iam começar a realizar-se mais cedo”, tendo sido apontado inicialmente o dia 15 de setembro.Mas, complementou: “Não temos marcação” de data, porque se têm registado “desmarcações sucessivas, também devido ao recrudescimento do número de casos em todo o mundo e à própria circunstância das companhias de navegação ainda não se sentirem confortáveis para a realização de cruzeiros”.Por isso, “neste momento, ainda não se sabe quando cruzeiros vão começar em força”, enfatizou.Miguel Albuquerque salientou ainda que o objetivo das autoridades regionais de saúde do arquipélago é, “independentemente do que possa acontecer, tentar sempre controlar os focos de pandemia a nível local”, recordando que foi o que aconteceu com as situações que surgiram na ilha do Porto Santo e Funchal.No Porto Santo, uma visitante que tinha um teste negativo à chegada, acabou por revelar sintomas da covid-19 e apresentou um resultado positivo quando regressou ao continente, tendo criado uma cadeia de contactos com 21 pessoas, três das quais revelaram ser casos ativos e estão em quarentena.O governante apelou a que as pessoas “cumpram as medidas profiláticas, como o uso de máscara e de higiene, e não se juntem em grandes grupos”, como aconteceu “nas ponchas, onde a situação estava desregulada”, vincou.“Não estamos a pregar moral. Isto é para o bem de todos e estamos a trabalhar para evitar focos de pandemia local”, sublinhou.Albuquerque destacou que, na próxima semana, começa mais um ano letivo na Madeira, o que representa o movimento de um universo de “43 mil alunos e 6.000 professores” e torna necessário a adoção de medidas.Instado a falar sobre os ajuntamentos previstos com a realização da festa do Avante, disse que é uma evidência da “força do Partido Comunista em Portugal, que põe e dispõe, manda num país todo”, existindo a nível nacional “uma lei do funil, largo para uns e apertado para outros”.A Madeira registou na segunda-feira três novos casos positivos de covid-19, importados do continente e da África do Sul, perfazendo um cumulativo de 161 doentes e 43 ativos, informou o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE).A região não registou qualquer óbito no âmbito da pandemia.