Apenas um em cada quatro alojamentos está adequado ao número de residentes
8 de fev. de 2023, 19:02
— Lusa
“Em
2021, 63,6% dos alojamentos de residência habitual encontravam-se
sublotados e 12,7% sobrelotados (com carência de pelo menos uma
divisão), pelo que, apenas 23,7% dos alojamentos se poderiam considerar
adequados ao número de pessoas que neles residiam”, aponta o estudo “O
que nos dizem os Censos sobre a habitação”, hoje apresentado na sede do
Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa.O
estudo, baseado em dados recolhidos durante os Censos 2021, refere que
entre os 4.142.581 alojamentos familiares clássicos de residência
habitual, “cerca de 28,9% tinham uma divisão em excesso e 15,3%
apresentavam três ou mais divisões excedentárias”.Já
9,7% dos alojamentos necessitam de mais uma divisão atendendo ao
agregado, 2,3% de mais duas divisões e 0,7% de mais três divisões.As
regiões autónomas de Madeira e Açores e o Algarve eram as regiões com
maior proporção de alojamentos com falta de pelo menos uma divisão.A
Região Autónoma da Madeira apresentava, também, a menor proporção de
alojamentos sublotados (49,2%), sendo seguida pela Área Metropolitana de
Lisboa (56,8%) e pelo Algarve (57,1%).Através
do Índice de Lotação dos alojamentos sublotados em 2021, o INE
contabilizou 27 municípios com proporções de alojamentos sublotados
entre 81% e 86%, destacando Pampilhosa da Serra (85,9%), Mortágua
(84,5%) e Miranda do Douro (84,1%). Em
sentido inverso, havia 35 municípios com proporções de alojamentos
sobrelotados entre 16,0% e 30,0%. Câmara de Lobos (30,1%), Ribeira
Grande (25,8%) e Albufeira (25,3%) apresentavam os maiores valores a
nível nacional, tendo o INE destacado, também, Odemira (20,5%) e Amadora
(19,7%).Na sua intervenção, o
investigador do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), António
Vilhena, abordou os dados recolhidos e comparou-os com 2011, destacando
o aumento de alojamentos clássicos face ao do número de agregados, mas
alertou que tal não resolve o problema da habitação em Portugal”.“Este
superavit não significa que se consiga dar resposta às carências que
existem”, alertou Vilhena, que pediu uma “análise mais profunda destes
dados”.“Há carências que continuam depois de 10 anos”, concluiu.