Apenas 13% dos alunos de cursos profissionais seguem para o ensino superior
24 de jun. de 2024, 16:52
— Lusa
A Direção-Geral de Estatísticas
de Educação e Ciência (DGEEC) acompanhou o percurso dos jovens um ano
após terem terminado o ensino secundário e divulgou agora os resultados,
que mostram que apenas 13% dos alunos de cursos profissionais continuam
a estudar.A publicação “Transição entre o
ensino secundário e o ensino superior 2021/22 - 2022/23” revela que
28.582 alunos terminaram o curso profissional do secundário no verão de
2022 e, um ano depois, só 6.403 estavam inscritos numa instituição de
ensino superior (IES).Apenas 13% continuou
a estudar, tendo ficado de fora mais de 22 mil, segundo dados da DGEEC,
que mostram que existem vários cursos em que a grande maioria dos
estudantes não prossegue os seus estudos. Entre
as áreas em que mais de 90% dos alunos não foram encontrados a estudar
no ensino superior estão os cursos de Tecnologias de Diagnóstico e
Terapêutica, Cuidados de Beleza, Hotelaria e Restauração, mas também
“Materiais”, que engloba Indústrias da Madeira, Cortiça, Papel, Plástico
ou Vidro. A estas áreas somam-se os
únicos oito alunos que terminaram o curso de Artesanato em 2022 e
naquele verão deram por terminados os estudos, assim como os únicos
cinco estudantes de Floricultura e Jardinagem, que também não estavam a
estudar em 2023. Nestes dois casos, 100% dos alunos não foram
“encontrados a estudar em IES”, segundo as tabelas disponibilizadas pela
DGEEC.As estatísticas revelam ainda que
entre os alunos dos cursos científico-humanísticos, a situação é
diametralmente oposta: Quase 56 mil alunos terminaram o secundário em
2022 e mais de 42 mil (85%) estavam, no ano seguinte, a frequentar uma
instituição de ensino superior. Outra das
diferenças está no tipo de formação que seguem: Se 91% dos alunos de
cursos humanístico científicos prosseguiram um curso que confere um grau
superior (licenciatura), no caso dos alunos de cursos profissionais
metade segue cursos Técnico Superiores Profissionais (CTeSP).Oito
em cada dez alunos dos cursos de Ciência e Tecnologias (81%) e de
Ciências Socioeconómicas (80%) estavam em cursos que equivalem a
licenciaturas, seguindo-se os alunos de Artes Visuais (65% estava a
frequentar um curso superior) e Línguas e Humanidades (59% do total). Numa
análise às regiões com mais alunos a estudar, surgem Guarda e Bragança,
onde apenas 17% dos jovens não seguiu para o ensino superior, por
oposição a Setúbal (33%), Faro e Lisboa (estes dois últimos com 29% dos
alunos fora do ensino superior).Analisando
os diferentes municípios, podem destacar-se casos como Alcácer do Sal,
em Setúbal, onde a maioria dos alunos (55%) não prosseguiu os estudos. ´Também
Beja, Moura e Mértola são os concelhos que apresentam percentagens mais
elevadas de alunos que deixam de estudar assim que terminam o ensino
secundário (43% e 39%, respetivamente). Em
Braga, também mais de metade dos alunos de Terras do Bouro (53%) só fez
o ensino secundário, sendo que o universo é de apenas 19 jovens. Em
Penamacor, Castelo Branco, 48% não foi encontrado em qualquer
instituição do ensino superior e em Vendas Novas (Évora), 41% dos 101
alunos não estudou mais depois de terminado o secundário, em 2022.