"Apenas 10% das empresas acreditam na recuperação até final do ano"
Covid-19
19 de abr. de 2021, 17:39
— Lusa/AO Online
Este é um dos
resultados do 14.º inquérito realizado no âmbito do projeto “Sinais
Vitais”, desenvolvido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast
Lab do ISCTE, que conta com uma amostra de 618 empresas, das quais 4%
grandes empresas.De acordo com o
documento, “apenas 10%” dos gestores e empresários consideram que, no
seu setor, a recuperação se dará até final de 2021, verificando-se a
mesma percentagem (10%) para os que acreditam que ocorrerá depois de
2023.Por sua vez, 19% responderam que a
recuperação chegará ao longo de 2023, enquanto 17% acreditam que será no
segundo semestre de 2022 e 15% no primeiro semestre de 2022. O
estudo mostra ainda que 30% dos empresários e gestores escolheram a
opção “não sei/não respondo” para esta questão sobre quando ocorrerá a
recuperação setorial.“Setorialmente a dispersão de respostas é uma evidência”, pode ler-se no documento.Em
termos de regiões as perspetivas são ligeiramente melhores, já que 16%
consideram uma recuperação até ao final do ano mas, por outro lado, 9%
referem que só depois de 2023 se terá um nível económico semelhante ao
anterior à pandemia.O vice-presidente da
CIP, Óscar Gaspar, sublinhou que os resultados do inquérito mostram que
“desconfinar não é recuperar”, defendendo que crise é "intensa e
duradoura" e que a recuperação económica está ainda “muito longe” de se
alcançar, sendo necessários os apoios à economia.Porém,
a opinião dos empresários e gestores face aos apoios manteve-se em
abril, com 84% das empresas a considerarem que estão “aquém ou muito
aquém” do que necessitam.A maioria (59%)
das empresas considera ainda adequado o plano de desconfinamento, mas há
20% que o consideram demasiado lento e restritivo e 21% demasiado
rápido ou imprudente.Segundo os resultados
do inquérito, as expectativas de vendas das empresas para o 2.º
trimestre de 2021 “é negativa face ao mesmo período de 2019”, com 42% a
esperarem uma diminuição, contra 22% das empresas a preverem um
crescimento. Quanto à evolução de recursos
humanos, em média 75% das empresas esperam manter o número de postos de
trabalho até julho de 2021, enquanto 13% preveem um aumento e 12% uma
diminuição.Em termos de investimento, 31%
das empresas anteveem uma diminuição em 2021 face a 2019, ainda assim
uma melhoria face aos 46% registados anteriormente. Por outro lado, quase metade (49%) das empresas estima manter os níveis de investimento e 20% aumentar.