APAV promove jornadas contra a violência nas suas diversas formas
18 de nov. de 2022, 07:34
— Nuno Martins Neves
O
evento decorrerá no auditório do Centro Cívico e Cultural de Santa
Clara, concelho de Ponta Delgada, e abordará três áreas principais: As
outras faces da Violência Doméstica, Vítimas de Crime e Saúde Mental e
Crianças e Jovens Vítimas de Violência Sexual Online.Segundo Raquel Rebelo, gestora da APAV de Ponta Delgada, estas temáticas têm o objetivo de “abranger outros públicos”. “A
par do facto da APAV surgir associada à intervenção no público
feminino, é uma tentativa de abrangermos outros temas, que necessitam de
destaque, dando a conhecer a intervenção com outras temáticas e outros
públicos. As jornadas vão ser constituídas por vários painéis, que vão
incluir desde homens vítimas de violência doméstica, violência doméstica
entre pessoas do mesmo sexo, pessoas expostas a violência
interparental, vítimas de crime e saúde mental, crianças e jovens
vítimas de abuso sexual online”, refere.O acesso às tecnologias e
formas de comunicação online, acentuado pela pandemia, têm aumentado e
daí também ser preciso “sensibilizar e prevenir comportamentos seguros
de utilização da internet junto das crianças e jovens. É uma tentativa
de prevenir alguns comportamentos e crimes que possam acontecer no
contexto virtual”, diz Raquel Rebelo.O impacto psicológico nas vítimas de violência doméstica é outra preocupação que as jornadas irão tentar abordar.“Não
só pelas questões da periodicidade - há vítimas que nos chegam com
historiais de vários anos de vitimação - mas também pela própria
severidade em que pode ocorrer esta vitimação. E claramente tendo aqui
um impacto no contexto de vida desta pessoa, vai interferir diretamente
com a sua saúde mental. Por isso é muito importante abordar este tema,
que constitui um pilar da nossa intervenção e que deve ser valorizado”,
acrescenta.A partilha de casos de homens vítimas de violência
doméstica também permitirá, segundo Raquel Rebelo, combater os
estereótipos que “o homem tem de ser uma pessoa forte. E expor uma
situação de violência doméstica pode ser, em algumas culturas e
gerações, um sinal de fraqueza.Quando não o é: é uma realidade que pode
acontecer com qualquer pessoa, independentemente do género e faixa
etária. É uma aposta que fazemos em termos de sensibilização para que
cada vez mais homens possam recorrer aos nossos apoios”.