APAV lança campanha de sensibilização para perigos e riscos do cibercrime
28 de out. de 2020, 18:54
— Lusa/AO online
“’O
que acontece na Internet não fica só na Internet’ é o mote da nova
campanha de sensibilização da Associação Portuguesa de Apoio Vítima.
‘Data breaches’, ‘phishing’, burlas online, ‘grooming’, ‘sextortion’,
‘cyberbullying’ e crimes de ódio são os sete temas para os quais se
pretende alertar, com o objetivo de prevenir a vitimação ‘online’ e
promover a divulgação dos serviços de apoio da Linha Internet Segura
(800 219 090)”, refere a APAV em comunicado.A
campanha assenta em sete cartazes, cada um a alertar para um tipo de
crime possível ‘online’, e com uma mensagem comum: “O que acontece na
Internet não fica só na Internet. Um ‘link’ pode destruir a tua vida e
passar do digital para o real”.Criada no
âmbito do projeto ROAR: Empoderamento às vítimas de cibercrime,
cofinanciado com fundos comunitários, a campanha da APAV conta entre os
seus parceiros nacionais com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e
da Guarda Nacional Republicana (GNR), entre outros.A
Linha Internet Segura registou em 2019 um total de 701 denúncias
relacionadas com a deteção de conteúdos de pornografia infantil e
discriminação racial, segundo dados da APAV.Coordenada
pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a Linha Internet Segura é
um serviço de atendimento gratuito e confidencial criado com o objetivo
de prestar apoio às vítimas de cibercrime, aconselhar na adoção de
comportamento seguros no uso da internet e permitir a denúncia de
conteúdos ilegais ‘online’.Um barómetro
sobre as perceções dos portugueses sobre cibersegurança, divulgado pela
APAV em abril, revela que 80% dos inquiridos não confiam no Estado para
garantir a privacidade dos seus dados pessoais e a maioria crê num risco
crescente de ser vítima de cibercrime.O
barómetro foi elaborado com base num questionário online a 591 pessoas
entre 27 de fevereiro e 08 de março e mostra que a maioria dos
inquiridos está sempre ligada à Internet, seja em casa, no trabalho, ou
até na rua, pelo uso de ‘smartphones’, com a consulta de ‘emails’, o
acesso às redes sociais e a leitura de notícias a serem as atividades
predominantes.Entre os inquiridos, 80%
“receia que a confidencialidade da sua informação pessoal não esteja a
ser assegurada pela Administração Pública” e 90% tem esse receio em
relação a ‘websites’, de forma geral.A
quase totalidade dos inquiridos acredita que o risco de ser vítima de
cibercrime está a aumentar e evita fornecer informação pessoal ‘online’.
Um quarto dos inquiridos não se sente capaz de se proteger de ataques e
ameaças de cibercrime, como seja proteger o computador com a instalação
de um antivírus.Ataques de ‘software’
malicioso, roubo de identidade, acesso indevido a contas nas redes
sociais ou ‘email’ e burla estão entre as principais preocupações.Sobre
a perceção do que pode ser considerado cibercrime, a pornografia
‘online’ encabeça a lista, com 84% dos inquiridos a manifestarem esse
entendimento, seguindo-se roubo de identidade e divulgação ‘online’ sem
consentimento de vídeos e fotos íntimas.12% considera o discurso de ódio ou o incitamento ao ódio um cibercrime de menor importância.