APAF pondera avançar com paragem total dos árbitros
Hoje 16:53
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, intitulado “cartão vermelho à violência verbal”, a APAF
lembra a reunião com a Liga de clubes, a 12 de novembro, na qual
apresentou “um conjunto de propostas de alterações regulamentares” que
pretende ver implementadas já esta época, mas acusa a resposta do
organismo de “não satisfazer as pretensões apresentadas”.“Anunciamos
que os árbitros vão manter e intensificar as ações de protesto, até que
sejam implementadas medidas objetivas e eficazes de forma a garantir o
respeito, a segurança e a dignidade do exercício da função de arbitrar.
Consideramos avançar para uma paragem total dos árbitros, caso nada seja
feito, em tempo útil, em relação às nossas propostas”, lê-se na nota.A
APAF pretende que “este tema seja finalmente encarado com a seriedade e
profundidade que merece e que seja devidamente debatido na Liga
Portugal, tanto em sede de Assembleia Geral como na Cimeira de
Presidentes", que se realiza na quinta-feira.“A
APAF e os árbitros registam o compromisso do Conselho de Arbitragem da
FPF, que se mantém empenhado em assegurar as melhores condições para o
desempenho da função de arbitrar. Existe igualmente um compromisso claro
por parte do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro
Proença, em ratificar, de imediato, as alterações regulamentares, depois
de aprovadas pela Liga Portugal, mostrando dessa forma a
disponibilidade para garantir este caminho de melhoria”, refere.O
organismo representante da classe espera “a mesma responsabilidade e
determinação por parte de todas as restantes entidades que integram o
jogo”, lembrando que “este não é um assunto exclusivo dos árbitros do
quadro das competições profissionais”. “O
clima instalado está também a refletir-se nos árbitros das restantes
competições, nacionais e distritais, em todos os escalões, com especial
incidência na falta de segurança, tema que deve merecer a melhor atenção
das entidades competentes”, afirmou.Na
reunião com a Liga de clubes, a APAF defendeu o agravamento do
Regulamento Disciplinar em mais de uma dezena de artigos, preconizando o
reforço da punição de atitudes e comportamentos de clubes e agentes
desportivos com as equipas de arbitragem.Entre
as propostas, sem aludir ao caso relatado pelo árbitro Fábio Veríssimo
no jogo entre FC Porto e Sporting, a APAF defende a alteração do Artigo
66.º, referente a coação, acrescentando a ocorrência com familiares dos
elementos de arbitragem.“Considera-se,
designadamente, que existe tentativa quando o clube, durante o jogo,
incluindo o seu intervalo, confronte ou exiba a qualquer elemento da
equipa de arbitragem decisões suas desse jogo ou de jogos anteriores sem
que este o consinta”, lê-se na redação proposta pela APAF, que estende o
âmbito deste articulado às tentativas de coação.A
APAF prossegue com o aumento das multas, no caso de declarações sobre
arbitragem antes dos jogos, para o triplo, defendendo a perda de pontos,
em caso de reincidência, e a penalização da “suspeição”, com idêntica
proporção a ter a proposta de agravamento das sanções às agressões a
árbitros, incluindo a perda de cinco a 10 pontos.A
estrutura representativa dos árbitros defende um agravamento de 100%
das multas para os atos de lesão da honra e reputação dos órgãos da
estrutura desportiva e dos seus membros, propondo ainda, em caso de
reincidência, um a três jogos de interdição, e, no caso de três ou mais
condenações, a perda de dois a seis pontos.