António Guterres pede "máxima contenção" após ataque ao Iémen
21 de jul. de 2024, 15:38
— Lusa
“O
secretário-geral apela a todas as partes envolvidas para que evitem
ataques que possam causar danos a civis e a infra-estruturas civis”,
refere a ONU, numa declaração oficial.O
texto recorda que as informações disponíveis indicam que várias pessoas
foram mortas e mais de 80 ficaram feridas no ataque, e que este causou
danos consideráveis nas infra-estruturas civis no porto de Hodeida. “O
secretário-geral continua profundamente preocupado com o risco de uma
nova escalada na região e continua a apelar ao exercício da máxima
contenção por parte de todos”, acrescentou.Os
rebeldes Huthis, do Iémen, reivindicaram hoje a responsabilidade pelo
lançamento de “vários mísseis balísticos” contra Israel, depois de
Telavive ter bombardeado Hodeida, num ataque que causou pelo menos seis
mortos e 90 feridos graves.O porta-voz
militar dos Huthis, Yahya Sarea, disse num comunicado que o movimento
apoiado pelo Irão lançou a barragem de mísseis contra “alvos
importantes” na cidade de Eilat, que não especificou, afirmando que a
operação foi levada a cabo “com sucesso”. A
afirmação surge depois de o exército israelita ter anunciado que
intercetou um míssil sobre o Mar Vermelho, lançado do Iémen nas
primeiras horas da manhã, afirmando que, embora o míssil não tenha
entrado em território israelita, fez disparar as sirenes em Eilat, em
caso de queda de estilhaços. O ataque foi o
primeiro de Israel em território iemenita e surgiu em resposta ao
lançamento de um drone huthi no dia anterior, que fez um morto na cidade
mediterrânica israelita de Telavive, na primeira ação dos rebeldes com
vítimas mortais.Os Huthis, movimento xiita
rebelde apoiado pelo Irão, estão a atacar há meses, ao largo das costas
do Iémen, navios que consideram ligados a interesses israelitas, em
solidariedade com os palestinianos de Gaza, e dispararam mísseis contra
cidades israelitas, a grande maioria dos quais foram intercetados.O
movimento integra o chamado "eixo de resistência", uma coligação
liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo
islamita palestiniano Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.A
guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque do grupo
palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de
1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades
israelitas.Em retaliação, Israel lançou
uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que provocou mais de 38 mil mortos
e a destruição de grande parte das infraestruturas do pequeno enclave
palestiniano governado pelo Hamas desde 2007.