António Costa e Elisa Ferreira iniciam em Bruxelas “ótima colaboração”
12 de dez. de 2019, 11:39
— Lusa/AO Online
“Queria obviamente aproveitar
esta primeira reunião do Conselho Europeu após a eleição da nova
Comissão para ter uma reunião com a senhora comissária Elisa Ferreira
[…], com quem seguramente vamos trabalhar muitíssimo bem”, declarou o
chefe de Governo, à chegada à sede do executivo comunitário.Costa,
que se encontra em Bruxelas para participar numa cimeira de chefes de
Estado e de Governo da União Europeia, comentou que, “obviamente, os
comissários não estão na Comissão a representar os seus países, mas
também não deixam de ser originários dos países de que são”, sendo de
resto isso “o que faz a riqueza da União”.A
seu lado, a comissária europeia responsável pela Coesão e Reformas
afirmou-se também “segura” de que o trabalho conjunto que vai ser
desenvolvido a partir de agora será “profícuo” e observou que “não há
divergência” entre a defesa do interesse nacional e a defesa do
interesse europeu.“Vamos naturalmente ter
uma ótima colaboração durante o período que se vai seguir […]. O meu
antecessor, o engenheiro Carlos Moedas, foi de facto um ótimo
comissário, e da minha parte tentarei dar o mesmo nível de qualidade ao
nosso relacionamento e à defesa do interesse europeu, que é também o
interesse nacional, porque não há divergência entre os dois”, declarou
Elisa Ferreira, que iniciou funções na Comissão de Ursula von der Leyen
em 01 de dezembro.Antes de participar numa
cimeira que será dominada pela discussão sobre o futuro Quadro
Financeiro Plurianual, o orçamento da União para 2021-2027, Costa
reafirmou que os 27 devem acordar um orçamento à altura das ambições da
UE, manifestando novamente a sua oposição aos cortes previstos,
designadamente na política de coesão.“Bem,
eu acho que é uma questão do estrito interesse nacional e do interesse
da Europa. A Europa não ganha nada em ter um orçamento que esteja abaixo
das responsabilidades que os Estados-membros têm confiado à União
Europeia”, declarou. O primeiro-ministro
apontou que “os Estados-membros querem que a União Europeia seja mais
ativa na segurança, na defesa, na cooperação com o continente africano,
na gestão das migrações, na investigação e desenvolvimento, na transição
para a sociedade digital, no combate às alterações climáticas, no
reforço da coesão, assegurar uma política agrícola que assegure a nossa
segurança alimentar e a qualidade dos nossos alimentos”. “Os
Estados europeus querem tudo isso da UE. Bom, temos de dar à UE os
recursos necessários para que possa cumprir a sua missão […] Temos que
ser coerentes com o mandato que atribuímos à UE. Agora aprovámos uma
nova agenda estratégica cheia de ambição, e agora não podemos ter um
orçamento que não corresponda a essa ambição. Acho que isso é não só do
interesse de Portugal com tenho a certeza que é do interesse do conjunto
da Europa”, concluiu.António Costa
participa entre hoje e sexta-feira no Conselho Europeu, com início
agendado para as 15h00 locais (14h00 de Lisboa, menos uma nos Açores).