António Costa “90% satisfeito” por quase toda a UE acompanhar Portugal
Clima
13 de dez. de 2019, 11:55
— Lusa/AO Online
“Relativamente ao compromisso sobre as
alterações climáticas, eu diria que temos boas razões para estar 90%
satisfeitos, visto que 26 dos 27 Estados-membros assumiram o compromisso
de atingir a neutralidade carbónica até 2050. Portanto, Portugal, que
tinha sido o primeiro país do mundo a assumir esse compromisso, hoje
está bastante bem acompanhado no seio da UE”, declarou. Costa,
que falava à saída do primeiro dia de trabalhos do Conselho Europeu que
decorre em Bruxelas, notou que “há ainda um país que não se sente em
condições de assumir para já este compromisso”, mas a questão voltará a
ser discutida pelos líderes europeus “em junho para saber se esse país
já está em condições de assumir esse compromisso”.Escusando-se
a confirmar que o país que ficou de fora é a Polónia, por essa ser “a
formulação das conclusões”, António Costa disse acreditar “não ser
preciso ter nenhuma bola de cristal para saber qual é esse país”, mas
desafiou os jornalistas a “olhar para a bola de cristal, saber quem é
esse país e perguntar ao primeiro-ministro desse país”. “Não
está longe”, comentou com um sorriso, a poucos metros de distância do
primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, que também prestava
declarações à imprensa à saída do Conselho.Questionado
sobre se a ausência de unanimidade entre os 27 – o Reino Unido, de
saída, já não entra nas ‘contas’ – compromete de algum modo o Pacto
Ecológico Europeu apresentado na quarta-feira pela presidente da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, António Costa sublinhou que,
“até agora não tinha sido possível qualquer tipo de consenso” e “agora
já houve uma posição muito clara de 26 países a assumirem já este
compromisso”.No final do primeiro dia de
cimeira, já de madrugada, o novo presidente do Conselho Europeu, Charles
Michel, anunciou “um acordo sobre a neutralidade carbónica até 2050”,
após discussões intensas entre dirigentes europeus, tendo a Polónia
ficado de fora, mas sem bloquear as conclusões do Conselho. Os
líderes da União Europeia tinham procurado chegar a acordo sobre
atingir a neutralidade carbónica até meados deste século na cimeira de
junho último, mas na altura este objetivo foi vetado por Polónia,
Hungria, República Checa e Estónia.