Antiga Presidente brasileira Dilma Rousseff lembra golpe militar de há 60 anos
1 de abr. de 2024, 08:55
— Lusa/AO Online
Dilma
Rousseff traçou paralelos entre aquele golpe de Estado e a conspiração
supostamente planeada pelo ex-Presidente de extrema-direita, Jair
Bolsonaro, e pelo seu círculo de confiança, para anular os resultados
eleitorais que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.Os
questionamentos sobre as eleições atingiram o seu clímax em 08 de
janeiro de 2023, quando uma multidão de apoiantes de Bolsonaro invadiu a
sede do Congresso, do Supremo Tribunal e da Presidência, em Brasília.“Manter
a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar ocorrido no
Brasil há 60 anos é fundamental para garantir que esta tragédia não se
repita, como quase aconteceu recentemente, em 08 de janeiro de 2023”,
publicou nas redes sociais a política progressista que governou o país
entre 2011 e 2016, quando foi destituída pelo Congresso.Dilma
Rousseff destacou ainda que “a história não apaga os sinais de traição à
democracia nem limpa da consciência nacional os atos de perversidade
sobre aqueles que se exilaram e mancharam a vida brasileira com sangue,
tortura e morte durante 21 anos”.O
comentário da antiga Presidente contrasta com o silêncio mantido pelos
membros do atual Governo progressista, devido à decisão de Lula de
evitar as comemorações oficiais da efeméride.O
atual Presidente, um aliado próximo de Dilma Rousseff, não quis
aumentar as tensões com os militares, depois de recentes investigações
policiais terem colocado vários generais no centro das tentativas de
Bolsonaro de desafiar a sua derrota eleitoral.Lula
disse numa entrevista televisiva, no final de fevereiro, que a ditadura
“faz parte do passado” e que os “generais que hoje estão no poder eram
crianças” na época do golpe.Em fevereiro, o
Supremo Tribunal Federal impôs medidas cautelares, como a proibição de
viajar ao estrangeiro, a Bolsonaro, a dois ex-ministros da Defesa e a um
ex-comandante da Marinha, entre outros.Perante
o silêncio oficial, familiares de vítimas da ditadura e associações de
direitos humanos planeiam marchar hoje na cidade de São Paulo, desde um
antigo centro de tortura ao Parque do Ibirapuera, para “não esquecer” a
dor causada pela ditadura.