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Antiga presidente acusa Nascimento Cabral de mentir

Maria José Duarte deixou no ar se irá continuar ou não como presidente da Assembleia Municipal, depois de violenta troca de acusações com o presidente da Câmara


Autor: Nuno Martins Neves

A sessão extraordinária da Assembleia Municipal teve um início “bombástico” e tudo porque Maria José Duarte, presidente da Assembleia Municipal, cedeu a direção dos trabalhos ao seu “vice”, Gilberto Rodrigues, e tomou da palavra, reagindo por fim às acusações de Pedro Nascimento Cabral, relativamente às responsabilidades do seu executivo na situação da obra do mercado da Graça.

Atirando logo que as acusações de que foi alvo “não correspondem a verdade e ferem a honra e bom nome da minha pessoa e de quem integrou o meu executivo”, Maria José Duarte acusou o atual presidente da Câmara - e seu “companheiro” nas eleições de 2021 - de mentir.

Diz a presidente da Assembleia Municipal que Nascimento Cabral teve acesso aos factos e presidiu a duas reuniões a 13 e 14 de julho, onde “de forma clara e inequívoca” ficou demonstrada que nem ela, nem ninguém do seu executivo, tiveram conhecimento prévio que o projeto de segurança contra incêndios estava totalmente em conformidade.

“A informação que então me foi presente pelo Senhor Eng.º Jorge Moniz, dirigente responsável pelo Mercado da Graça e técnico que dirigiu todo o processo de elaboração do projeto e peças necessárias e obrigatórias, refere que estava concluído o projeto de execução para a cobertura do Mercado da Graça, onde detalha as referidas peças inclusas, sendo uma delas o Projeto de Segurança Contra Incêndios, sem que tivesse feito qualquer observação sobre qualquer incumprimento do projeto”, assinalou.

Maria José Duarte diz que recebeu com “enorme surpresa, choque e tristeza” as declarações públicas de Nascimento Cabral, “que fazem tábua rasa desta informação, bem como daquela que ficou bem explícita na reunião do dia 14 de julho”.

A antiga presidente da Câmara, em funções quando a obra foi lançada, questionou o seu sucessor da demora da resolução dos problemas de que supostamente enferma o Mercado da Graça, pedindo que explique como é que o projeto ainda não está concluído.

Num tom assertivo e determinado, Maria José Duarte terminou a intervenção citando a famosa frase de Sá Carneiro. “As suas lamentáveis declarações públicas, bem como a revelação das suas contradições de que as mesmas enfermam, são reveladoras de desorientação gestionária, deslealdade pessoal e aproveitamento politico, ao ponto do meu racional não conseguir alcançar a dimensão das suas razões. Gostaria de terminar parafraseando o Dr. Sá Carneiro, ‘A política sem risco é uma chatice. Sem ética é uma vergonha’”.

Questionada pelo Açoriano Oriental se iria manter-se em funções, Maria José Duarte disse laconicamente que estava “a equacionar”.


Leia aqui na íntegra o documento enviado por Maria José Duarte ao executivo camarário e aos deputados municipais.