Antiga presidente acusa Nascimento Cabral de mentir
17 de ago. de 2022, 10:35
— Nuno Martins Neves
A sessão extraordinária da Assembleia Municipal teve um início
“bombástico” e tudo porque Maria José Duarte, presidente da Assembleia
Municipal, cedeu a direção dos trabalhos ao seu “vice”, Gilberto
Rodrigues, e tomou da palavra, reagindo por fim às acusações de Pedro
Nascimento Cabral, relativamente às responsabilidades do seu executivo
na situação da obra do mercado da Graça.Atirando logo que as
acusações de que foi alvo “não correspondem a verdade e ferem a honra e
bom nome da minha pessoa e de quem integrou o meu executivo”, Maria José
Duarte acusou o atual presidente da Câmara - e seu “companheiro” nas
eleições de 2021 - de mentir.Diz a presidente da Assembleia
Municipal que Nascimento Cabral teve acesso aos factos e presidiu a duas
reuniões a 13 e 14 de julho, onde “de forma clara e inequívoca” ficou
demonstrada que nem ela, nem ninguém do seu executivo, tiveram
conhecimento prévio que o projeto de segurança contra incêndios estava
totalmente em conformidade.“A informação que então me foi presente
pelo Senhor Eng.º Jorge Moniz, dirigente responsável pelo Mercado da
Graça e técnico que dirigiu todo o processo de elaboração do projeto e
peças necessárias e obrigatórias, refere que estava concluído o projeto
de execução para a cobertura do Mercado da Graça, onde detalha as
referidas peças inclusas, sendo uma delas o Projeto de Segurança Contra
Incêndios, sem que tivesse feito qualquer observação sobre qualquer
incumprimento do projeto”, assinalou.Maria José Duarte diz que
recebeu com “enorme surpresa, choque e tristeza” as declarações públicas
de Nascimento Cabral, “que fazem tábua rasa desta informação, bem como
daquela que ficou bem explícita na reunião do dia 14 de julho”. A
antiga presidente da Câmara, em funções quando a obra foi lançada,
questionou o seu sucessor da demora da resolução dos problemas de que
supostamente enferma o Mercado da Graça, pedindo que explique como é que
o projeto ainda não está concluído.Num tom assertivo e determinado,
Maria José Duarte terminou a intervenção citando a famosa frase de Sá
Carneiro. “As suas lamentáveis declarações públicas, bem como a
revelação das suas contradições de que as mesmas enfermam, são
reveladoras de desorientação gestionária, deslealdade pessoal e
aproveitamento politico, ao ponto do meu racional não conseguir alcançar
a dimensão das suas razões. Gostaria de terminar parafraseando o Dr. Sá
Carneiro, ‘A política sem risco é uma chatice. Sem ética é uma
vergonha’”.Questionada pelo Açoriano Oriental se iria manter-se em
funções, Maria José Duarte disse laconicamente que estava “a
equacionar”. Leia aqui na íntegra o documento enviado por Maria José Duarte ao executivo camarário e aos deputados municipais.