"Ano de 2022 excecional" para retoma mas ainda "temos de ser ajudados"

O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Bernardo Trindade, salientou que 2022 "tem sido excecional" na retoma da confiança, mas que "realisticamente" o turismo, chave da recuperação económica, ainda tem de ser ajudado.


Autor: Lusa/AO Online

"O ano de 2022 tem sido um ano excecional na recuperação da confiança dos nossos clientes. Portugal liderará, aliás, o crescimento económico na União Europeia, tendo esse crescimento uma clara impressão digital: o turismo como mola impulsionadora dessa recuperação", afirmou Bernardo Trindade na cerimónia de abertura do 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, promovido pela AHP, que decorre em Fátima.

O presidente da AHP lembrou que os anos da pandemia fizeram o setor recuar 20 anos em termos de dormidas e 10 anos em termos de proveitos.

O responsável recordou que – mesmo a bater recordes de receita em 2022 – a guerra na Ucrânia trouxe "um grau de incerteza tal na construção da cadeia de valor do turismo", que não é possível dizer "qual o nível de resultados" com que fechará este ano. Acresce que "tudo está mais caro", desde o custo da mão de obra, à eletricidade e o gás, a cadeia alimentar e as diversas prestações de serviço. Factos que levam a que a perspetiva se mantenha "incerta", disse.

"Por isso, senhor ministro [da Economia], senhora secretária de Estado [do Turismo], estimados associados, queremos lealmente continuar a ser parceiros, contribuintes para esta recuperação económica e social do país, mas realisticamente temos de ser ajudados", reforçou Bernardo Trindade.

O ministro da Economia, António Costa Silva, e a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, estão presentes na cerimónia de abertura do congresso da hotelaria que conta com cerca de 550 pessoas, segundo disse a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, à Lusa.

Sobre o pacote de três mil milhões de euros de apoio às empresas para fazer face ao aumento da fatura da eletricidade e do gás que o primeiro-ministro, António Costa, anunciou, Bernardo Trindade saudou esse anúncio e afirmou que a expectativa da AHP é que sejam "incluídos nesse pacote de ajudas".

O responsável abordou ainda a degradação da autonomia financeira das empresas hoteleiras durante a pandemia, alertando que é preciso ver alargadas as maturidades das linhas de crédito de apoio à covid-19, cujas maturidades estão em muitos casos a chegar agora ao fim.

O 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo decorre até sexta-feira.