ANMP aprova acordo para descentralização de competências na educação e saúde
18 de jul. de 2022, 20:08
— Lusa/AOonline
O
acordo foi aprovado por maioria, em Conselho Geral da ANMP, contando
com os votos a favor dos autarcas eleitos pelo PS e pelo PSD e os votos
contra dos autarcas do Partido Comunista.No
final da reunião do Conselho Geral, que decorreu esta tarde, em
Coimbra, a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, congratulou-se com o
“enorme consenso” alcançado, depois de terem trabalhado, nos últimos
meses, “em articulação profunda com o Governo”, para “estabilizar
regras” nas áreas da educação e saúde.“Tivemos
ocasião, no início do mandato, de percorrer todo o país, ouvindo as
preocupações dos presidentes de Câmara, e hoje validámos aquelas que são
as grandes regras que pretendemos ver aplicadas, para que o processo
possa avançar da forma que pretendemos”, revelou.Aos
jornalistas, Luísa Salgueiro, que também é presidente da Câmara de
Matosinhos, eleita pelo PS, destacou que os presidentes de Câmara
entendem que “estas competências serão mais bem exercidas a um nível
mais próximo, utilizando melhor os recursos e servindo melhor a
população”.“Esta proposta de acordo
consolida todas estas reivindicações e também teve o acolhimento por
parte do Governo, o que nos permitirá garantir a sustentabilidade
financeira das autarquias e prestar melhor serviço às nossas
comunidades”, acrescentou.No acordo hoje
aprovado, no que diz respeito à área da educação, passa a “haver uma
comparticipação nas obras de manutenção das escolas em função do número
de anos que elas tenham” e as refeições escolares “passam a ter
comparticipação, por parte do Governo, de 2,75 euros”.Contempla
ainda um mapa de escolas prioritárias a reabilitar, “que pode ainda ser
sujeito a correções”, no qual “constam 451 escolas”, enquanto, a nível
de omparticipações, “as despesas com seguros e comparticipações para
ADSE estão contempladas”.No que toca a
área da saúde, a presidente da ANMP referiu que o mapeamento dos
investimentos a realizar já tinha sido validado pelo Governo, assim como
em relação às necessidades com pessoal.“Satisfizemos o pleno das reivindicações que nos foram transmitidas”, evidenciou.Apesar
do acordo não ter contado com a aprovação do Partido Comunista, que
“não concorda com este modelo”, a autarca frisou que “continua a dar os
seus contributos de uma forma construtiva”.“Apesar
de haver esta diferença de opinião quanto ao acordo, sentimos que o
Partido Comunista é um partido responsável, que tem colaborado connosco,
para que todo este processo possa ser melhorado”, sublinhou.Já
o vice-presidente da Associação de Autarcas Social-democratas, Helder
Sousa e Silva, que é também vice-presidente da ANMP, mostrou-se
satisfeito com o acordo, embora reconheça que tem alguns pontos
negativos.Entre as desvantagens elencou o
facto de o acordo contemplar apenas duas de 22 áreas onde se pretendem
descentralizar competências.“É muito
pouco, passados três anos só conseguirmos concretizar um acordo para
duas áreas. Damos assentimento a este acordo, mas um assentimento com
condicionantes e que, de facto, as portarias que o Governo se vai
comprometer a publicar em 90 dias, aconteçam mesmo”, alegou.