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Angra do Heroísmo celebra 491 anos de elevação a cidade numa evocação histórica

Angra do Heroísmo comemora quinat-feira, dia 21 de agosto, o 491.º aniversário da sua elevação a cidade, com um programa que conjuga solenidade, cultura e memória coletiva


Autor: Maria Andrade

As celebrações arrancam às 20h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a sessão solene oficial .

O momento inclui a conferência “Cidade e Diocese: Juntas a Fazer História”, proferida pelo bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, que refletirá sobre o papel conjunto das instituições religiosas e municipais no percurso da cidade. Durante a cerimónia serão também entregues insígnias e louvores a personalidades e entidades que se distinguiram pelo serviço à comunidade angrense.

A partir das 21h00, as comemorações estendem-se à Praça Velha, onde os The Gift, acompanhados pelo Coro Padre Tomás de Borba, oferecem um concerto de entrada gratuita, proporcionando à população e visitantes um momento cultural aberto e participativo.

A história de Angra do Heroísmo remonta ao século XV. Em poucos anos, desde 1478, a povoação foi elevada à categoria de vila e, em 1534, no auge da expansão marítima, tornou-se a primeira localidade açoriana a alcançar o estatuto de cidade.

O seu centro histórico, classificado como Património Mundial pela UNESCO desde 1983, é testemunho de séculos de relevância geopolítica e cultural. Angra foi palco e refúgio de figuras marcantes: Almeida Garrett, durante a Guerra Peninsular; a rainha D. Maria II, entre 1830 e 1833, no contexto da Guerra Civil Portuguesa; e até Charles Darwin, que aportou na cidade a 20 de setembro de 1836, a bordo do HMS Beagle.

Ao longo da sua trajetória, Angra recebeu também títulos honoríficos como “Mui Nobre e Sempre Constante”, em reconhecimento pela bravura e resistência dos seus habitantes em momentos decisivos da história nacional. Hoje, quase cinco séculos após a sua elevação a cidade, Angra do Heroísmo continua a celebrar com orgulho a sua identidade, preservando a memória de um passado único e projetando-se como referência cultural e histórica nos Açores e em Portugal.