André Ventura diz que açorianos vão provocar um "terremoto político" no domingo
Açores/Eleições
23 de out. de 2020, 10:40
— Lusa/AO Online
“Leiam os meus lábios. No domingo à noite os
Açores vão provocar em Portugal um verdadeiro terremoto político ao
tornarem o Chega a terceira força política”, afirmou André Ventura,
durante um jantar comício num restaurante da Ribeira Grande, na ilha de
São Miguel, no penúltimo dia de campanha eleitoral.Durante
a sua intervenção, o líder nacional do partido sublinhou que “os Açores
não vão dar só o pontapé de saída”, mas vão “mostrar que o Chega não é
um homem aos gritos no parlamento”: “É um povo inteiro a gritar nas ruas
que quer mudar a face do país”.“O que
quero é que os deputados eleitos [pelo Chega] para a Assembleia
Legislativa dos Açores não façam sequer igual, que façam mais e melhor
barulho e defendam os açorianos com mais força do que o André Ventura
faz [na Assembleia da República]”, acrescentou perante cerca de 100
militante e apoiantes, entre os quais o líder regional do partido,
Carlos Furtado, que é também cabeça de lista pelo círculo da ilha de São
Miguel.Ventura não poupou críticas ao
Governo Regional dos Açores, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro,
que acusou de “controlar tudo” e criar uma “cultura de medo nas
pessoas”, muito por conta da disponibilização de “subsídios”.“Não
aceito que haja pessoas nos cafés o dia todo sem fazer absolutamente
nada, enquanto outros trabalham. […] Hoje, no mercado, diziam-me alguns
produtores que até queriam empregar pessoas, mas eles preferem estar em
casa com o rendimento mínimo de inserção social”, criticou, afirmando
que o partido tem como objetivo tornar a região mais “forte, digna e
justa”.Outro dos alvos das críticas do
líder do Chega foi o CDS-PP, partido que acusou de estar “sempre a dizer
que é de direita”, mas que depois “dá a mão ao PS quando o PS precisa”.“Não
nos esquecemos qual é o partido de direita, mas que afinal está sempre a
pensar na sua vida e nos acordo que pode fazer na região. Nós não nos
esquecemos de governos do PS viabilizados pelo CDS. Nós não seremos o
CDS”, afirmou, garantindo que o Chega “não se vai vender por secretarias
regionais ou ministérios”.Nas eleições
regionais açorianas existe um círculo por cada uma das nove ilhas (São
Miguel, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Graciosa, Santa Maria, Flores e
Corvo) e um círculo regional de compensação, reunindo os votos que não
foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.Ao
todo, são 13 as forças políticas que se candidatam aos 57 lugares da
Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM,
Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.O Chega concorre por oito dos dez círculos, deixando de fora as duas ilhas do grupo ocidental, as Flores e o Corvo.Nas
anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos
votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra
30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do
CDS-PP (quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.