André Ventura “confiante” que parlamento vai aceitar suspensão do mandato de deputado
29 de dez. de 2020, 14:48
— Lusa/AO Online
"Apesar
de reconhecer que a questão não está totalmente prevista no estatuto
dos deputados, se o parlamento não me der essa suspensão o Chega fica
sem voz na Assembleia da República e sem poder participar em debates
importantes em questões como a eutanásia, o Novo Banco ou o Estado de
emergência. Isso seria injusto", disse André Ventura à agência Lusa.O
candidato presidencial apoiado pelo Chega disse esperar que "haja bom
senso" na análise da questão, para que o seu lugar na Assembleia da
República possa ser ocupado temporariamente por Diogo Pacheco Amorim."Não
se justifica criar um problema quando a lei é clara que ninguém pode
ser prejudicado por se candidatar. Vou aguardar, mas estou confiante, e
por muito que o parlamento possa não gostar de mim, acho que tem bom
senso, e espero que a campanha [presidencial] não seja feita de casos",
acrescentou.André Ventura abordou este
tema na segunda-feira à noite, numa ação de pré-campanha na Póvoa de
Varzim, organizada pela distrital do Porto do Chega, onde assumiu que o
primeiro objetivo para o sufrágio presidencial é garantir a disputa de
uma segunda volta com o atual Presidente, e também candidato, Marcelo
Rebelo de Sousa."Reconheço que será
difícil, e que as sondagens até mostraram que numa segunda volta eu
seria o candidato com mais dificuldades frente a Marcelo Rebelo de
Sousa, mas também sou o que tem de mais probabilidades de o conseguir.
Os debates serão fundamentais, assim como as ações de campanha",
analisou.André Ventura mostrou confiança
que ficará "à frente de Ana Gomes" e que o Chega "poderá ficar com
metade do eleitorado do PSD", pretendendo capitalizar esses eventuais
resultados para as próximas eleições legislativas."O
nosso desafio, independentemente de quem ganha as eleições, e o mais
provável é que seja Marcelo Rebelo de Sousa, é que o eleitorado de
direita se fidelize no Chega após as presidências e que estas eleições
possam ser uma antecâmara para as legislativas", partilhou.O
dirigente do Chega mostrou-se satisfeito com uma recente sondagem
encomendada pela televisão TVI e o jornal Observador, que o colocam como
o terceiro candidato com mais intenções de voto para as eleições
presidenciais de 24 de janeiro."Sou muito
prudente em relação às sondagens, mas mostram que somos a terceira força
[política] consolidada em Portugal. Temos muito trabalho a fazer, pois o
partido ainda não tem estrutura consolidada no país. Não nos podemos
iludir com sondagens, mas recebi os resultados com agrado", afirmou
André Ventura.À margem dos assuntos
eleitorais, o elemento do Chega comentou o desenrolar do processo de
vacinação contra a covid-19, deixando reparos à fase "tardia" com que a
vacina chegará a grupos vulneráveis."Não
quero ser muito crítico, mas acho que o aspeto mais negativo é no atraso
para chegar aos setores mais vulneráveis, como os idosos ou doentes
crónicos, que nos outros países não está a acontecer. Mas o que espero é
que corra tudo bem e que possamos, rapidamente, regressar à vida
normal", concluiu.