André Bradford: Obrigação do PS/Açores não é defender interesses do Governo central
Base das Lajes
17 de nov. de 2017, 13:30
— Lusa/AO online
“A
nossa obrigação, enquanto partido que suporta um governo na região, é,
desde logo e sempre, a de defendermos os interesses dos açorianos, não o
de defendermos os interesses político-partidários do Governo da
República só porque ele é do mesmo partido que nós. Isso não acontece,
não acontecerá, nunca acontecerá”, afirmou André Bradford, também
vice-presidente do PS/Açores.André
Bradford falava aos jornalistas após ser questionado sobre as
declarações do líder do PSD/Açores, Duarte Freitas, que na quinta-feira
disse existir uma “dissonância grave” entre as declarações do ministro
dos Negócios Estrangeiros e do presidente do Governo Regional.“Já
estivemos em desacordo com governos da República do PSD, já estivemos
historicamente em desacordo com governos da República do PS e estaremos
sempre em desacordo, independentemente do partido que governa na
República, quando a atuação do Governo da República lesar os interesses
dos Açores”, afirmou.Na
quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos
Silva, anunciou no parlamento que o orçamento da Defesa dos Estados
Unidos da América recomenda ao Pentágono que analise “usos adicionais
para a presença militar” norte-americana na base das Lajes, nos Açores.Um
dia depois, o presidente do governo açoriano, Vasco Cordeiro, defendeu
rigor na questão da base das Lajes, referindo não ser verdade que o
orçamento de Defesa norte-americano para 2018 estabeleça a possibilidade
de “usos adicionais”.Ao
comentar a “dissonância grave”, Duarte Freitas considerou ainda que
“não pode um membro do Governo dos Açores andar a oferecer casas que são
dos americanos para projetos na ilha Terceira” quando é do conhecimento
dos dois governos que “as casas dos americanos - que já quiseram
entregar a Portugal várias vezes e que nunca foram aceites e bem – são
talvez uma das principais mais-valias” que a região tem para “garantir
alternativas futuras para a base”.O
dirigente social-democrata referia-se a um vídeo promocional do projeto
“Terceira Tech Island”, em que surge o vice-presidente do Governo
Regional, Sérgio Ávila, a anunciar que a ilha tem cerca de 400 casas
para disponibilizar.André
Bradford considerou ainda que “se a região puder beneficiar da
componente que foi desativada militarmente nas Lajes para o
desenvolvimento da ilha Terceira e da sua economia, pois é inaceitável
que alguém esteja contra esse facto”.“Algum
açoriano que esteja contra esse facto não merece a nossa compreensão”,
adiantou, argumentando ser “inaceitável que pessoas com
responsabilidades políticas na região prefiram aquilo que julgam ser um
incomodozinho ao Governo do que defenderem intransigentemente os
interesses dos terceirenses nesse caso particular e da economia da
Terceira”.Para
André Bradford, “se o que for desativado na base das Lajes puder ser
utilizado pela economia da ilha terceira para a recuperação que tem que
fazer face à saída do contingente americano, deve acontecer”.