Ananás dos Açores vai ser consumido em novos formatos a partir de 2018
18 de dez. de 2017, 15:19
— Lusa/AO online
“Prevemos
o alargamento da atividade através da quarta gama", associada a
produtos frescos, já processados e prontos a confecionar, e "não apenas o
topo de consumo em natureza, ou seja, a venda direta do fruto como
recolhido das estufas", declarou Álvaro Dâmaso. O
ananás dos Açores foi introduzido na ilha de São Miguel no século XIX,
sendo cultivado, de forma biológica, em estufas de vidro, o que o
diferencia dos restantes, produzidos ao ar livre.No
seu auge, foi exportado para Inglaterra, sendo originário da América do
Sul e Central. Na última década desapareceram inúmeras estufas devido à
pressão da construção civil.O
dirigente da cooperativa, que há cerca de dois anos apostou numa nova
unidade, especificou que o ananás será embalado e vendido nas
superfícies comerciais já filetado, seco, para aperitivo, adaptando-se
assim às novas realidades do consumo.Durante
o corrente ano já foram realizadas experiências, especialmente
dirigidas às superfícies comerciais, com base nesta nova aposta
comercial.Álvaro
Dâmaso referiu que o ananás dos Açores, produzido de forma biológica,
apenas na ilha de São Miguel, é um produto sazonal que vende 40 a 50% da
sua produção em dezembro, o que “torna bastante difícil a gestão da
empresa em termos de tesouraria”.“Além
disso, o ananás tem um período de gestação muito longo, de dois anos, e
um período de comercialização muito curto porque é extremamente
perecível [20 dias]”, referiu o responsável.O
presidente da Profrutos considerou que a procura do ananás tem vindo a
aumentar internamente por via do turismo, sobretudo no verão,
representando o mercado continental cerca de 50%.O
volume de ananás dos Açores ronda as mil toneladas, assegurando a
Profrutos, com cerca de 200 produtores associados, cerca de 40% deste
total. Em
2015, o volume de negócios da cooperativa foi de 1,2 milhões de euros,
crescendo para 1,4 milhões em 2016, estimando-se que no final de 2017 se
registe “sensivelmente o mesmo valor”.A
Profutos vai realizar ainda este ano uma assembleia geral ordinária que
visa encontrar soluções para ultrapassar os seus problemas de
tesouraria, pretendendo-se através de um plano o seu “reequilíbrio
financeiro”, a par do alargamento da sua atividade comercial.