Anafre apela ao parlamento para aprovar reforma das freguesias até março
23 de dez. de 2020, 08:55
— Lusa/AO Online
"Fico
satisfeito por ver aprovada a proposta. É um sinal de que ainda podemos
ter esperança de ver a reforma administrativa em 2021", afirmou o
presidente da Anafre, Jorge Veloso, à agência Lusa.O
responsável espera que "haja vontade política dos grupos parlamentares e
da Assembleia da República para que possa ser aprovada a lei até 31 de
março de 2021".Jorge Veloso lançou o repto
às freguesias que "não ficaram satisfeitas [com a reforma de 2013] que
tentem apresentar o seu projeto, logo que a proposta seja aprovada" pelo
parlamento.O Governo aprovou a
proposta de lei, a submeter à Assembleia da República, com
alterações ao regime de reforma das freguesias.Num
comunicado, o executivo refere que o “diploma aprova um regime geral e
abstrato, que não visa aumentar ou diminuir o número de freguesias, mas
antes atualizar os critérios para a sua criação e definir o respetivo
procedimento”.À agência Lusa, o Ministério
da Modernização do Estado e da Administração Pública explicou que
aumentar ou diminuir o número o número de freguesias "é uma competência
exclusiva da AR"."O que o Governo está a
fazer, em cumprimento do seu programa e em conjunto com a Anafre e a
ANMP, é a colmatar um vazio legal existente desde 2012, através da
apresentação à AR de uma proposta de lei de definição de critérios
gerais e abstratos para a criação, extinção e modificação de
freguesias", esclareceu ainda.Com a
proposta apresentada, segundo dados do Governo, 600 freguesias poderão
pedir a reversão, um número muito acima das previsões da Anafre, que
aponta para 380 a 400.A 11 de novembro,
no parlamento, a ministra Alexandra Leitão não se comprometeu com
prazos, apesar da preocupação da generalidade dos grupos parlamentares,
que temem não terem tempo de discutir e aprovar a nova lei a tempo.A
ministra explicou que, mesmo após a aprovação desta lei pela AR, cada
freguesia que quiser reverter o seu processo de fusão ou extinção terá
de o aprovar nos órgãos locais e submeter depois o seu pedido ao
parlamento, que terá de aprovar cada pretensão caso a caso, o que
demorará algum tempo.O Governo estima que
seis meses antes das eleições autárquicas de setembro ou outubro de 2021
não possa haver mexidas no mapa autárquico.Ou
seja, caso o parlamento não aprove outro calendário, todo o processo de
aprovação da lei na Assembleia, seguida da aprovação pelos órgãos
autárquicos locais da reversão de cada freguesia que o requeira, e a
posterior submissão e a aprovação destes pedidos pelo parlamento terá de
decorrer até março para que o novo mapa autárquico seja válido já nas
próximas eleições.Desde 2015 que o PS
assumiu o compromisso de "corrigir os erros de extinção das freguesias a
régua e esquadro", concretizada durante a governação PSD/CDS-PP, e de
"avaliar a reorganização territorial".A reforma aprovada em 2013 levou à redução das 4.259 freguesias então existentes para 3.092.