Anacom recomenda aos operadores que "mitiguem" revisões de preços
Crise/Inflação
28 de out. de 2022, 15:21
— Lusa/AO Online
"Tendo
em conta o atual contexto de aumento das pressões inflacionistas em
Portugal e o consequente aumento do custo de vida, e atendendo aos
níveis de pobreza no nosso país, a Anacom, enquanto autoridade
reguladora das comunicações, decidiu adotar uma recomendação dirigida
aos prestadores de serviços de comunicações eletrónicas, para que
considerem o impacto das suas políticas de preços sobre as famílias, que
enfrentam um aumento do custo de vida sem precedentes na história
recente", refere, em comunicado. A
entidade liderada por João Cadete de Matos sublinha que a situação
"agrava-se ainda mais atendendo que, em Portugal, a proporção da despesa
das famílias com serviços de comunicações, que são um serviço público
essencial, é superior à média da União Europeia".Ora,
nesse sentido, a Anacom "entende que existem razões económicas e
sociais de relevo que deverão ser devidamente ponderadas pelas empresas
do setor no âmbito de eventuais revisões dos preços dos serviços de
comunicações eletrónicas a ocorrerem nos próximos meses". Acréscimos
"muito significativos dos preços são disruptivos para os consumidores
pelo que variações abruptas das condições tarifárias deverão ser
evitadas", alerta o regulador, fazendo um conjunto de sete recomendações
às empresas.Uma das recomendações é que
devem "assegurar que, no âmbito das regras legais e contratuais
aplicáveis, eventuais aumentos de preços, quer em tarifários disponíveis
para novas adesões quer nos contratos em vigor, a ocorrerem nos
próximos meses, têm em devida consideração o contexto social e económico
do país, de forma a assegurar o efetivo acesso ao serviço por parte dos
utilizadores finais a estes serviços".Entre
outras recomendações estão o não exigir o pagamento dos encargos
contratualmente previstos em caso de denúncia antecipada do contrato
durante o período de fidelização por consumidores que adiram a uma
oferta de tarifa social de acesso à Internet em banda larga" e "promover
a celebração de acordos com vista ao pagamento fracionado de faturas em
situações de dificuldade ou efetiva mora do assinante, com vista a
evitar a suspensão e posterior resolução do contrato", diz a Anacom,
referindo que as prestações acordadas devem ser de "valor comportável
pelo consumidor, atendendo à sua situação particular".A
previsão da redução contratual sem penalização, a disponibilização de
um serviço específico de aconselhamento tarifário, através de canais de
atendimento diversificados, a promoção de disponibilização de ofertas
com configurações mais simples e o fomentar "a atratividade de ofertas
de serviços isolados (1P) e melhorar a sua divulgação e visibilidade,
tanto nos canais de comunicação digitais como nas lojas físicas onde se
disponibilizem produtos da responsabilidade do prestador", são outras da
recomendações.