Anacom diz que é urgente avançar com substituição dos cabos submarinos
27 de mai. de 2021, 16:08
— Lusa/AO online
“É muito
urgente lançar este projeto e adjudicá-lo a alguém que o desenvolva”,
tendo em conta o “limite temporal de 2024” em que “desejavelmente a nova
ligação deve estar estabelecida para não corrermos nenhum risco de
disrupção das comunicações em território nacional”, defendeu.O
presidente da Anacom falava aos jornalistas à margem da Conferência
sobre a Conectividade Internacional e a Plataforma Europeia de Dados,
que decorre hoje e amanhã, no Centro de Negócios da Aicep Global
Parques, em Sines, no distrito de Setúbal.“Aquilo
que sabemos é que em todo o mundo os cabos submarinos estão a ter um
enorme crescimento, um enorme desenvolvimento” e para isso “Portugal tem
de, desde já, marcar a sua posição e conseguir que os fornecedores
destas tecnologias estejam disponíveis para concretizar, neste prazo,
este projeto”, frisou.Mostrando-se
“otimista” uma vez que “estão tomadas as decisões e está confiada a
responsabilidade do projeto a uma empresa pública de grande dimensão e
capacidade que é a IP Telecom”, o responsável diz estar “absolutamente
convencido que o projeto se vai desenvolver em tempo útil” e que é
possível “atingir esse objetivo”.A IP
Telecom, responsável pelo novo Anel CAM, “está a dar muita prioridade a
esse projeto”, estando “a procurar ter fontes de financiamento, se
possível, fundos europeus e, se necessário também, fundos do Orçamento
de Estado português”.Segundo o
responsável, um dos objetivos destes novos cabos submarinos é a "sua
competitividade", que vai permitir "baixar os custos das comunicações" e
fazer “com que nos Açores e na Madeira exista uma oferta de
comunicações e de acesso à internet com a mesma qualidade e com o mesmo
preço que em todo o território”.O projeto
permite que “os operadores que queiram ter ofertas em território
nacional tenham a mesma possibilidade de ter essas ofertas nos Açores e
na Madeira”, acrescentou João Cadete de Matos, destacando “a relevância
que se atribuiu” à criação de “um projeto autónomo e de responsabilidade
pública”, que liga as duas regiões autónomas e o continente.Segundo
a Anacom, em comunicado, este Anel, dotado de deteção sísmica
ambiental, “irá integrar o ramo doméstico (um par de fibras óticas entre
a Madeira e o continente) do cabo submarino Ellalink, que vai assegurar
a ligação entre a Europa e a América do Sul”, cuja inauguração está
prevista para a próxima terça-feira, 01 de junho, com a presença do
primeiro-ministro, António Costa.“É uma
das outras dimensões importantes do cabo Ellalink, que vai ser o
primeiro neste troço da Madeira para o continente, a estar preparado com
equipamento que vai permitir ter informação de natureza sísmica”,
sublinhou o responsável.O investimento na
substituição dos cabos submarinos de comunicação eletrónica entre o
continente, os Açores e Madeira é de 118,9 milhões de euros, uma obra
que deverá estar concluída em 2024 e 2025, respetivamente, segundo
diploma publicado em setembro do ano passado.O
despacho, publicado em Diário da República, em 30 de setembro de 2020,
determina que se inicie o processo de substituição do atual sistema de
comunicação eletrónica entre o continente e as ilhas, “a construção do
anel CAM deverá ser considerada como projeto prioritário, para efeitos
de acesso a financiamento da União Europeia”, estimando-se que o valor
do investimento seja de 118,9 milhões de euros.O
novo conjunto de infraestruturas de cabos submarinos CAM vai dispor de
seis pares de fibras óticas em todos os segmentos, complementado por um
par de fibras óticas, a partir da Madeira, e deverá ser dotado de
equipamento de deteção sísmica, “para produção de alertas, de medições
ambientais, de deteção de atividade náutica submarina e de transmissão
de dados de projetos científicos”.