Anacom diz Digi deve entrar no mercado até novembro mas ainda há obstáculos
12 de jun. de 2024, 11:46
— Lusa/AO Online
"É
expectável que essa entrada ocorra até novembro deste ano", afirmou
Sandra Maximiano, em audição na Comissão parlamentar de Economia.A
presidente da Anacom disse que a operadora de origem romena Digi, para
lançar os seus serviços, tem estado a desenvolver infraestrutura própria
mas que também precisa de negociar a obtenção de serviços com outras
empresas - desde conteúdos televisivos até à inteligação de chamadas e
mensagens entre os seus clientes e clientes de outros operadores - para
entrar em pleno no mercado."Temos tido
reuniões com a Digi para perceber até que pontos estas condições estão
satisfeitas, os problemas inerentes, temos mostrado a nossa
disponibilidade na remoção destes obstáculos", detalhou Sandra
Maximiano, apelando para que as empresas já presentes "não criem
barreiras que dificultem essa entrada", pois - considerou - é "muito
fácil criar barreiras".Sobre o número de
operadores que o mercado português suporta, Sandra Maximiano disse que
"não há um número ideal" e que a prova de que existe espaço para mais um
operador é o interesse da Digi."Ninguém
investiria num mercado que exige grandes investimentos se não esperasse
um retorno desse investimento. Há do ponto de vista económico um sinal
claro de que existe espaço para esse operador", vincou.Questionada
sobre a operação da Digi na Madeira e nos Açores, Sandra Maximiano
disse que a informação que tem da empresa é que tem aí infraestruturas
para disponibilizar os seus serviços. Em
maio, no 33.º Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento
das Comunicações (APDC), a presidente da Anacom afirmou que a entrada da
operadora Digi em Portugal levará a "uma reação criativa e
saudavelmente competitiva" dos operadores de comunicações eletrónicas.Ainda
sobre o mercado de telecomunicações, a presidente do regulador das
comunicações considerou necessário um estudo profundo do mercado
português e que não se centre apenas nos preços (se são altos ou baixos
na comparação europeia), mas também nas preferências dos consumidores
quanto a serviços, considerando que cada vez mais as pessoas preferem
Internet ilimitada do que determinado número de chamadas em telefone
móvel e fixo.Sobre o serviço dos CTT,
Maximiano disse que a Anacom está "sempre atenta à qualidade do serviço"
e que se preocupa com, entre outros temas, o funcionamento dos
estabelecimentos, centros de distribuição, cartas extraviadas, e que
analisa as reclamações para as avaliar cuidadosamente e atuar.