Ana Paula Vitorino congratula-se com veto à Lei do Mar
11 de ago. de 2020, 09:20
— Lusa/AO Online
“É uma boa abordagem do sr. Presidente, que
cria espaço para se encontrar uma solução que vai ao encontro das nossas
preocupações, nomeadamente a soberania nacional e a integridade
territorial, bem como a proteção do mar e a utilização da economia do
mar”, disse a parlamentar à agência Lusa.Para
Ana Paula Vitorino, Marcelo Rebelo de Sousa, “de uma forma que é a
dele, chama exatamente a atenção para os pontos” que um grupo de
deputados do PS chamou, através de uma declaração de voto.“Fico
satisfeita pela atitude do Presidente. O nosso objetivo sempre foi
defender o país, os interessas nacionais e a coesão territorial”, disse,
afirmando que lei cria “três mares: Açores, Madeira e Continente”,
tornando “impossível uma estratégia única”, já que fica “cada com a sua,
que podem ou não coincidir”.O Presidente
da República devolveu hoje ao parlamento "sem promulgação o decreto
sobre a primeira alteração à Lei n.º 17/2014, de 10 de abril, que
estabelece as Bases da Política de Ordenamento e de Gestão do Espaço
Marítimo Nacional".O chefe de Estado
considerou não existirem "razões suficientes" para enviar o diploma para
fiscalização preventiva junto do Tribunal Constitucional porque é
ressalvada “a primazia da integridade e da soberania do Estado”,
bastando dois aditamentos à legislação em causa.Marcelo
Rebelo de Sousa entendeu “dever merecer reflexão complementar e
precisão acrescida" os pontos "respeitantes a poderes secundários,
pacificamente entendidos como delegáveis”.Em
23 de julho, na penúltima sessão plenária da Assembleia da República, a
nova Lei do Mar foi aprovada com os votos a favor de PS, PAN e
Iniciativa Liberal e as abstenções do PSD, BE, PCP, CDS, “Os Verdes” e
Chega.Outros 11 deputados socialistas,
juntamente com Ana Paula Vitorino, assinaram uma declaração de voto,
apelando ao veto presidencial da proposta que partiu da Assembleia
Legislativa Regional dos Açores.Segundo
aqueles tribunos do PS o diploma "enferma de vícios de natureza política
e jurídica" ao criar "uma fratura na soberania nacional, estabelecendo
"um conceito específico de território autónomo que transforma o mar
português, em matéria de ordenamento e gestão, num somatório de três
espaços marítimos, o dos Açores, o da Madeira e o do continente".Ascenso
Simões, Jorge Lacão, Marcos Perestrello, Pedro Bacelar de Vasconcelos,
Pedro Cegonho, Sérgio Sousa Pinto, José Magalhães, Rosário Gamboa,
Alexandre Quintanilha, Jorge Gomes e Bruno Aragão foram os outros
parlamentares do PS signatários do texto.