Ana Gomes sugere que PR e parlamento ponderem adiamento das eleições
Presidenciais
12 de jan. de 2021, 17:08
— Lusa/AO Online
Numa
nota enviada à Lusa, a candidata defendeu que o Presidente da República
“deverá naturalmente tirar consequências das previsões feitas
pelos especialistas” na reunião do Infarmed, na qual participou por
videoconferência.“Face aos dados hoje
revelados imagino que também a Assembleia da República deva ponderar uma
iniciativa no sentido do eventual adiamento das eleições presidenciais
para data que permita a participação democrática e segura dos cidadãos e
uma maior afluência às urnas sem riscos de saúde”, refere.A candidata considera que não lhe compete tomar essa iniciativa, mas sim aos deputados e ao Presidente da República.“A
mim, compete-me chamar a atenção para a gravidade da situação apontada
pelos especialistas. Desde já adianto que não me oporei a um eventual
adiamento das eleições presidenciais. Não o desejo - mas não me oporei”,
refere.A antiga eurodeputada do PS
assegura que estará de acordo “se os órgãos democráticos competentes
entenderem que o adiamento das eleições presidenciais (para um período
de maior normalidade) contribui para uma maior participação nas eleições
e para diminuir os riscos de segurança sanitária, isto é, para
valorizar o ato eleitoral e a qualidade da democracia”“Repito,
não o desejo - mas não me oporei”, sublinhou a candidata numa posição
enviada à Lusa e sintetizada num vídeo divulgado na sua conta de
Twitter, que foi retirado por alguns minutos, mas depois novamente
publicado.Na mesma nota, a candidata
considera “extremamente preocupantes” os dados a que hoje teve acesso na
reunião com os especialistas, no Infarmed, e revela que ficou “chocada”
com as previsões dos especialistas, “em particular as que apontam que o
número de óbitos diários irá continuar a aumentar e o número de novos
casos de covid poderá triplicar até ao final de janeiro”.“Saí
convencida de que se tornou inevitável um novo período de
confinamento”, afirmou, defendendo que “só com o empenhamento de todos”
será possível inverter a situação.No plano
político, a candidata considerou igualmente “muito preocupante” que
esta evolução da pandemia “vá abranger o período de campanha e a própria
data das eleições”, 24 de janeiro.“O
senhor Presidente da República deverá naturalmente tirar consequências
das previsões hoje feitas pelos especialistas”, afirmou a candidata, que
tem acusado Marcelo Rebelo de Sousa de ter marcado tardiamente as
eleições presidenciais.Questionada sobre a
evolução da campanha de Ana Gomes e se a candidata já tinha indicações
das autoridades sanitárias sobre um eventual isolamento devido ao debate
no sábado com Marcelo Rebelo de Sousa, fonte da candidatura respondeu
que a antiga eurodeputada se encontrava “em casa a aguardar mais
informações” sobre a condição do Presidente e recandidato, bem como
“indicações da Direção-Geral de Saúde”.