Ana Gomes promete paridade de género em nomeações que dependam do chefe de Estado

Presidenciais

17 de jan. de 2021, 11:55 — AO Online/ Lusa

“Como Presidente da República acho que posso fazer a diferença sendo uma mulher, esta mulher com esta sensibilidade”, afirmou Ana Gomes, na conversa online que promove diariamente nas suas redes sociais, hoje sobre o tema “Portugal, país inclusivo, de todos e de todas”.A candidata considerou que um dos “instrumentos que o Presidente da República tem na sua mão é o das nomeações para diferentes cargos e instituições”.“É fundamental que seja assegurada a paridade de género, é fundamental que seja assegurada a representação de mulheres em todos os órgãos de decisão, designadamente os que estão na dependência de quem é Presidente da República”, disse.Ana Gomes assegurou que, sendo eleita, essa será uma responsabilidade da qual não se demitirá.“Através dela, procurarei garantir a adequada representação das mulheres nos diversos órgãos de poder, e que essas mulheres tratem de fazer a diferença por melhores decisões, por políticas públicas consequentes nas diversas áreas que realizem os objetivos do Estado social”, afirmou.Um dos convidados de hoje foi o deputado e líder da concelhia do PS/Porto Tiago Barbosa Ribeiro, que já tinha expressado publicamente o seu apoio à militante e antiga eurodeputada do PS (que não conta com o apoio do seu partido, que deu liberdade do voto, mas do PAN e do Livre).“É com muito gosto que estou aqui neste debate a apoiar esta candidatura, uma candidatura em que se reveem muitos socialistas e que, na valorização de uma candidatura de esquerda às eleições presidenciais, tem vindo certamente a conquistar o apoio de muitos portugueses”, afirmou.Tiago Barbosa Ribeiro, que passou em revista as políticas sociais do atual Governo liderado por António Costa, alertou que “sem Estado social, sem transferências sociais, 45% dos portugueses eram pobres”, valor que se situa atualmente nos 17% e defendeu que nem o Governo nem o Presidente da República podem desistir destes pobres.“Se não percebermos que o Estado social é o cinto de segurança da nossa democracia vamos perder muitos portugueses, no desespero, na miséria, para soluções políticas radicais”, afirmou, apontando o “desligar social” como o grande “fermento dos populismos”.O deputado socialista procurou desmontar o que disse serem alguns “preconceitos e mentiras” sobre o Rendimento Social de Inserção, frisando que 34% dos 267 mil beneficiários desta prestação em 2019 eram crianças, jovens e idosos e apenas entre 3 e 6% pertenciam à comunidade cigana.“Gostaria de lembrar e fazer justiça a alguém que nos está a acompanhar, o Paulo Pedroso”, afirmou, lembrando o papel do ex-ministro do Trabalho na coordenação do grupo - impulsionado por Ferro Rodrigues - que criou o então Rendimento Mínimo Garantido.Paulo Pedroso integra a estrutura organizativa da candidatura de Ana Gomes a Presidente da República e não marcou, até agora, presença em qualquer dos momentos de campanha no período oficial.Devido à pandemia de covid-19, Ana Gomes substituiu os tradicionais comícios ou sessões de esclarecimento com eleitores por conversas online, transmitidas diariamente em direto nas redes sociais da candidata pelas 18:00, com figuras políticas e especialistas nas áreas dos vários compromissos, uma iniciativa intitulada “Portugal é consigo, Portugal é connosco”.