Ana Catarina Mendes intervém na ONU sobre “progressos de Portugal” na área das migrações
17 de mai. de 2022, 16:48
— Lusa/AO Online
Num comunicado divulgado pelo
gabinete de Ana Catarina Mendes, é referido que a ministra - que tutela a
área das Migrações - irá participar no Fórum Internacional de Análise
das Migrações, que decorre entre hoje e sexta-feira na Assembleia-Geral
das Nações Unidas, em Nova Iorque.Segundo a
agenda divulgada no comunicado, a governante irá intervir na
quarta-feira, no debate político do fórum em questão, que será presidido pelo
diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), António
Vitorino.Na quinta-feira, Ana Catarina
Mendes discursará no debate geral do fórum, onde, segundo o comunicado
do gabinete, irá apresentar “os progressos de Portugal nesta matéria”. O
Fórum internacional de Análise das Migrações constitui a primeira
avaliação ao Pacto Global de Migração Segura, adotado em dezembro de
2018 com o objetivo de fortalecer a cooperação internacional para uma
“migração segura, ordenada e regular” através de um conjunto de
princípios orientadores e um quadro político multilateral.Após
a assinatura do acordo em questão, os Estados-membros da Organização
das Nações Unidas (ONU) comprometeram-se a organizar, a cada quatro
anos, um encontro que tem como objetivo discutir os progressos relativos
à implementação do pacto em questão. O Fórum Internacional de Análise
das Migrações 2022 será o primeiro encontro desse tipo. Segundo
o gabinete de Ana Catarina Mendes, o encontro “servirá para debater e
partilhar os avanços de cada Estado-membro e elaborar uma ‘Declaração de
Progresso Intergovernamental’”. No
comunicado, é ainda destacado que Portugal foi “um dos primeiros
signatários” do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e
Regular (GCM). “Portugal trabalha desde
2019 na concretização do Plano Nacional de Implementação do Pacto Global
para as Migrações, documento que envolve 16 ministérios e 28 serviços
públicos e que permitiu, em mais de dois anos de implementação,
fortalecer as políticas nacionais de integração e a ligação das pessoas
migrantes aos seus países”, lê-se na nota. Assinado
em dezembro de 2018, numa conferência realizada em Marrocos, a
ratificação do GCM contou com os votos favoráveis de 152 países membros
da ONU, mas foi alvo da oposição de cinco Estados com longa história
migratória - Estados Unidos, Polónia, Israel, Hungria e República Checa -
e também da abstenção de 12 outros países.O
Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular começou a ser
negociado em setembro de 2016, quando os 193 Estados-membros da
Assembleia-geral da ONU adotaram, por unanimidade, a chamada “Declaração
de Nova Iorque para Refugiados e Migrantes”.A
declaração, que surgiu como resposta à movimentação em massa de
refugiados e outros migrantes, apelava à criação de dois pactos globais:
Migração e Refugiados.Entre a altura em
que o pacto foi assinado e os dias de hoje, o número de migrantes no
mundo passou de cerca de 258 milhões de pessoas (3,4% da população
mundial) para 281 milhões (3,6% da população total).Segundo
o diretor-geral da Organização Internacional para Migrações (OIM),
António Vitorino, a avaliação do pacto mostra sucessos, mas também
muitos desafios agravados, entretanto, por dois anos de uma pandemia
grave.