Ana Cabecinha partiu com o ‘bichinho’ da competição para o "grande dia"
Paris2024
26 de jul. de 2024, 10:51
— Lusa/AO Online
“Hoje
é o grande dia, hoje vamos ter a abertura dos Jogos Olímpicos. Estou
com um ‘bichinho’, parece que vou competir hoje, porque é uma
adrenalina, uma emoção imensa e um orgulho”, disse aos jornalistas, no
Aeroporto de Faro.Ana Cabecinha, que
contabilizará a sua quinta presença olímpica, lembrou que nunca esteve
numa cerimónia de abertura e a sua estreia será a fazer dupla com o
canoísta Fernando Pimenta como porta-estandartes portugueses no evento
que vai ter como palco o rio Sena.“Estou
desejando que chegue o momento para experienciar, porque nunca estive
numa cerimónia de abertura. E a minha primeira cerimónia de abertura vai
ser como porta-estandarte com o Fernando Pimenta. Vai ser maravilhoso,
acredito que sim”, frisou.A atleta, de 40
anos, sustentou que “o simples facto de estar presente nos Jogos
Olímpicos de Paris, de competir, de estar na linha de partida e esperar
estar na linha de chegada”, já será uma vitória, tendo em conta que foi
mãe no início de maio, com um parto de cesariana, que atrasou a
preparação.“Foi por isso que nós treinámos
nestes últimos três meses depois de ter sido mãe. Claro que foi uma
luta diária, com um recém-nascido, e por ter um curto espaço de tempo
para me preparar, mas tem sido gratificante e motivador. Vou muito feliz
para este Jogos, são uns Jogos completamente diferentes para mim e
estou felicíssima”, declarou.Na prova
feminina dos 20 quilómetros marcha, prevista para 01 de agosto, o
resultado é o que menos contará, garante a atleta, que viajou com o
treinador, o marido e o pequeno Lourenço.“[O
objetivo] É só mesmo concluir, é acabar, ter a minha experiência dos
meus quintos Jogos Olímpicos. Não tenho expectativas nenhumas de
resultado, porque foi muito pouco tempo o que consegui treinar”,
afirmou, reforçando que será “inédito” uma atleta competir num espaço de
tempo tão aproximado do parto.Para a
marchadora do Clube Oriental de Pechão, Paris2024 representará o final
da sua carreira profissional, que nos Jogos Olímpicos teve como pontos
altos o sexto lugar no Rio2016 e o oitavo posto em Londres2012 e
Pequim2008.“É um ponto final. Como atleta
profissional, é um ponto final. Por isso, também fiz mais gosto e tentei
mesmo estar em Paris, porque queria acabar num grande palco. Claro que
queria acabar com um grande resultado, não é de todo o que vai
acontecer, mas acabar a carreira nos Jogos Olímpicos, qual é o atleta
que não espera ter esse sonho realizado? E eu vou tê-lo: acabar a
carreira, cinco Jogos Olímpicos, porta-estandarte, o meu filho à minha
espera no final. Eu só posso estar felicíssima por estes Jogos
Olímpicos”, concluiu.O rio Sena e os
monumentos emblemáticos de Paris serão hoje palco da cerimónia de
abertura dos Jogos Olímpicos, a primeira realizada fora de um estádio e
ao pôr-do-sol, que permanece ainda envolta em mistério.Apenas
uma dezena de pessoas, entre as quais a romancista Leïla Slimani, o
historiador Patrick Boucheron ou a argumentista Fanny Herrero, conhecem o
roteiro do espetáculo de quase quatro horas, que terá início às 19:30
locais (18:30 em Lisboa) e que procurará quebrar convenções ao
desenrolar-se pela primeira vez ‘fora de portas’.Entre
6.000 a 7.000 atletas, dos 10.500 que participarão em Paris2024, vão
desfilar em 85 barcos no rio Sena, decorados com as cores das suas
delegações, desde a ponte de Austerlitz até à Torre Eiffel e ao
Trocadéro, ponto final do espetáculo.