Amnistia diz que modelo económico do Google e Facebook “ameaça” direitos humanos
21 de nov. de 2019, 12:56
— Lusa/AO Online
Num
relatório, a organização não-governamental argumenta que, ao tornar os
seus serviços em linha gratuitos, essenciais para milhares de milhões de
pessoas, e ao utilizarem os dados pessoais recolhidos para publicidade
direcionada, estes grupos ameaçam a liberdade de opinião e de expressão."O
seu controlo insidioso das nossas vidas digitais mina a própria base da
privacidade e é um dos maiores desafios de direitos humanos de nosso
tempo", disse Kumi Naidoo, secretário-geral da Amnistia, citado no
documento.Kumi Naidoo acrescentou que as pessoas estão “presas”."A
Google e o Facebook corroeram gradualmente a nossa privacidade. Hoje
estamos presos. Ou nos submetemos a esta vasta máquina de vigilância -
onde os nossos dados são facilmente usados para nos manipular e
influenciar - ou desistimos dos benefícios do mundo digital",
acrescentou.Para o secretário-geral da
Amnistia Internacional, a “extração e análise de dados pessoais, em
proporções gigantescas”, não é compatível com o direito à liberdade.Segundo
a ONG, "a vasta arquitetura publicitária do Google e do Facebook é uma
arma poderosa nas mãos erradas, porque pode ser utilizada para fins
políticos e deixa o campo aberto a todo o tipo de novas estratégias
publicitárias, como o ataque a pessoas vulneráveis que estão a combater
doenças, perturbações mentais ou dependências".A
Amnistia Internacional apelou aos governos para que "atuem com
urgência", incluindo através da "aplicação de fortes leis de proteção de
dados e da regulamentação efetiva das atividades dos gigantes da
tecnologia".