Autor: Lusa/AO Online
Na questão do tratamento dos resíduos sólidos urbanos, o presidente da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) e presidente da Câmara de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, lamenta que o ecoparque, "um investimento muito vultuoso, que depende de fundos comunitários", esteja "agora envolto num processo contencioso judicial".
Em causa está a construção de uma incineradora no ecoparque da ilha de São Miguel, um projeto “com a possibilidade de eliminar, como determina a lei e as diretivas comunitárias, os aterros, apostando na reciclagem, através da separação, na reutilização, bem como na valorização energética e composto”.
A construção da incineradora aguarda a conclusão de um processo judicial que analisa a legalidade do concurso público para a empreitada.
O autarca lembra que a espera pode “pôr em risco o financiamento comunitário do atual quadro comunitário de apoio”.
Nesse sentido, o líder da AMISM apela para a necessidade de, “consoante for o resultado judiciário nesta matéria, refletir, porque esta foi uma estratégia da região, os municípios limitaram-se a cumprir aquela definição planeada no decreto legislativo, e envolver a própria região e o governo regional nessa matéria”.
O autarca sugeriu, também, uma “estratégia comum de recolha [de resíduos sólidos urbanos] para a ilha”, que poderia ser assegurada pela MUSAMI, empresa de gestão de resíduos da AMISM.
Outra das preocupações levantadas durante a reunião da AMISM com o Governo Regional dos Açores, no âmbito da visita do executivo à ilha de São Miguel, foi a gestão de água.
O presidente da maior autarquia de São Miguel defendeu que a gestão da água deve ser feita tendo em conta “a realidade de ilha, mais que a realidade municipal, na gestão em alta da água”.
José
Manuel Bolieiro sugere a elaboração de uma estratégia em que “a região
tem que se envolver com os municípios”, garantindo que os autarcas estão
“disponíveis para cooperar e reorganizar a gestão da água”.