Amigos dos Açores apontam “contrassenso” ambiental do Governo Regional
7 de abr. de 2021, 11:53
— Lusa/AO Online
O responsável pela Amigos dos
Açores, Diogo Caetano, aponta que é referido, também nas Orientações de
Médio Prazo 2021-2024, que "em matéria de gestão de resíduos
perspetiva-se trilhar um caminho que permita dar resposta aos novos
desafios europeus em termos da implementação de uma economia verde e
circular".Acresce o "cumprimento das metas
de valorização e reciclagem, da promoção da recolha seletiva de
biorresíduos e do combate à utilização dos produtos de uso único".Em
nota enviada à agência Lusa, o ambientalista considera que “face ao
apoio do projeto da central de valorização de resíduos em São Miguel,
através da disponibilização dos serviços técnicos regionais referidos no
Plano para 2021, se manifesta um contrassenso, uma vez que a aposta na
tecnologia da incineração se encontra manifestamente em contraciclo com
as políticas da economia circular".A
posição da associação ecológica consta do seu parecer sobre a proposta
de Plano e Orçamento de 2021 do executivo açoriano, enviada ao Conselho
Económico e Social dos Açores.Diogo
Caetano salvaguarda que "a União Europeia já excluiu apoios financeiros à
construção de novas unidades desta tipologia no próximo quadro
comunitário”.“Julga-se, por situações como
as apresentadas, que estamos perante a manutenção das políticas de
promoção não sustentada que várias vezes alertamos em períodos
anteriores, uma vez que se tenta projetar uma região de forte matriz
ecológica adotando políticas do tipo ‘business as usual’”, afirma o
dirigente da Amigos dos Açores.A
associação ecológica integra o Movimento Salvar a Ilha, que terça-feira
pediu a “suspensão imediata do projeto de incineração da MUSAMI", bem
como a "realização urgente de uma reunião" entre o Governo dos Açores, a
MUSAMI, a TERAMB e as associações ambientalistas Amigos dos Açores,
ARTAC, Quercus - Núcleo de São Miguel e ZERO para debater a
implementação das soluções propostas pelo movimento.O
contrato entre a italiana Termomeccanica e a MUSAMI para a construção
de uma incineradora na ilha já foi assinado, apesar das contestações
judiciais.Trata-se de um investimento de quase 58 milhões de euros que foi firmado a 25 de fevereiro e publicado na terça-feira.