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Ambientalistas criticam poda ‘radical’ de plátanos

Núcleo Regional da IRIS aponta “lamentável e injustificada poda ‘radical’ de plátanos” no caminho que liga a estrada da Ribeira Grande ao Pico da Pedra



Autor: Paulo Faustino

O Núcleo Regional dos Açores (NRA) da IRIS - Associação Nacional de Ambiente critica as podas de plátanos levadas a cabo pela Câmara Municipal da Ribeira Grande (CMRG) na Rua das Giestas, caminho que liga a estrada da Ribeira Grande à freguesia do Pico da Pedra, configurando uma intervenção que classifica de “absurda e gratuita”.

“Quem passar pela Rua das Giestas (...), pode ver, no local conhecido como Charco, uma lamentável e injustificada poda ‘radical’ de plátanos (Platanus acerifolia). Para além de desfigurarem as árvores, as podas da responsabilidade da CMRG, que vem cometendo os mesmos erros ao longo dos anos, levam à perda do seu valor patrimonial, em nada contribuem para a manutenção da saúde das árvores e a médio e a longo prazo agravam os custos envolvidos na sua manutenção”, pode ler-se num comunicado do movimento ambientalista, assinado pelo coordenador Teófilo Braga.

Segundo explica o Núcleo Regional dos Açores da IRIS, o corte efetuado nos troncos cria uma grande superfície exposta ao tempo que abre caminho ao ataque de agentes biológicos agressivos que “aí iniciarão um processo de decomposição da madeira que evoluirá em direção ao colo - nível do tronco junto ao solo - e às raízes, como se poderá ver através de alguns plátanos existentes no local no outro lado da estrada”.

“A área de madeira afetada diminui a resistência e estabilidade biomecânica das árvores, tornando-as frágeis e inseguras, podendo no futuro ocorrer acidentes com consequências graves para pessoas e bens”, alerta.

O NRA-IRIS afirma que o município está a ignorar a lei n.º59/2021, de 18 de agosto, que estabelece o Regime Jurídico de Gestão do Arvoredo Urbano, mais precisamente a proibição prevista na alínea d) do artigo 24º de “colher, danificar ou mutilar qualquer árvore ou arbusto de porte arbóreo, designadamente proceder a podas de talhadia de cabeça ou rolagem”.

A associação vinca que os plátanos em causa “dispõem de espaço para desenvolver naturalmente a sua copa, não se verificando constrangimentos de qualquer espécie”.