Amas dos Açores pedem melhores condições laborais e executivo diz que não têm razão de queixa
25 de out. de 2023, 14:49
— Lusa
Em comunicado de imprensa, um
grupo de amas das ilhas Terceira, São Miguel e Faial alega que nos
Açores o serviço é “prestado em regime de recibo verde” e que “os
valores auferidos não têm em conta o horário de trabalho completo”, uma
vez que prestam “11 horas ou mais de trabalho por dia”, mas são
remuneradas por oito.Segundo as amas, no
continente, “já têm sido dados passos no sentido de regularizar a
situação, não só a nível remuneratório, prevendo as 11 horas de trabalho
diárias, mas também a nível de vínculo profissional, em que as amas
passam a regime de contrato sem termo”.“Estes
avanços conseguidos em Portugal continental foram os mesmo que as amas
dos Açores reivindicaram numa petição entregue ao Governo [Regional],
cujo único resultado foi a atualização da remuneração mensal para o
valor equivalente ao do ordenado mínimo na região, não contemplando,
como já mencionado, a totalidade do horário laboral”, apontaram.O
grupo de amas disse ter enviado um memorando à vice-presidência do
Governo Regional, que tutela a Solidariedade Social, em maio, mas não
obteve resposta, por isso enviou uma nova comunicação, no sábado, à
tutela e aos deputados regionais.Nessa
missiva, a que a Lusa teve acesso, alertam também para o facto de ainda
não ter sido publicado o despacho que fixa o valor a atribuir pelo
subsídio para suplemento alimentar e despesas correntes, previsto nas
mais recentes alterações ao regime jurídico da atividade, em 2023.Questionado
pela Lusa, à margem de uma visita ao bairro Nascer do Sol, na ilha
Terceira, o vice-presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), Artur
Lima, disse que as amas “já foram equiparadas ao salário mínimo” e que
lhes foram dadas “excelentes condições”.“Duvido
que tenham melhores condições no continente do que na Região Autónoma
dos Açores. Fizemos agora um curso de formação de 15 amas e foram
aprovadas oito. Estamos a investir muito. Dignificámos muito em relação
ao passado o estatuto das amas. Não têm nenhuma razão de queixa”,
frisou.Artur Lima sublinhou que a formação das amas, que atribui um certificado exigido por lei, é gratuita nos Açores.Admitindo
que “é sempre possível melhorar qualquer situação laboral”, o
vice-presidente do Governo Regional disse que as amas “deviam estar
muito satisfeitas pelo processo que se está a fazer”.“Já
estão a receber um ordenado compatível com o trabalho que fazem, até às
vezes tendo quatro [crianças] e perdendo uma, não se retira nenhum
rendimento e ganham por quatro crianças mesmo que estejam a tratar de
três”, salientou.