Alunos terão de realizar quatro exames nacionais para se candidatarem ao superior
5 de jan. de 2023, 17:50
— Lusa/AO Online
O
projeto de acesso ao ensino superior está na sua fase final e será
aplicado de “forma muito progressiva” sem “perturbar as escolas, os
alunos nem as famílias”, disse o secretário de estado do Ensino
Superior, Pedro Teixeira, em declarações à agência Lusa.Este ano, o modelo de acesso irá manter-se inalterado, continuando a vigorar as regras que foram definidas durante a covid-19. A
única medida da pandemia que se irá manter para os próximos anos é o
fim da obrigatoriedade dos exames para certificar a conclusão do ensino
secundário, sendo exigidos apenas a quem queira ingressar no superior.A
novidade é que todos os alunos que queiram continuar os estudos terão
de fazer a prova de Português que, segundo o secretário de Estado, é “o
candidato natural” para avaliar a formação geral dos alunos.
“É uma disciplina absolutamente nuclear que acompanha os estudantes ao
longo de todo o seu processo de formação no ensino básico e secundário e
que, aliás, é regra na generalidade dos países que têm sistemas de
exames”, explicou.Segundo o governante,
este exame não será realizado pelos alunos que este ano estão no 12.º
ano, mas ainda está em análise a hipótese de vir a ser pedido no próximo
ano letivo aos estudantes que agora estão no 11.º ano.Além
de Português, os alunos terão de realizar, pelo menos, outros três
exames nacionais que serão definidos pelas instituições de ensino
superior para acesso a cada curso, explicou.O
secretário de estado garantiu que estas novas medidas serão aplicadas
de forma gradual: “Não faz sentido que a um estudante que está este ano
no 11.º ano lhe seja pedido, quando está no 12.ºano, um exame do 11.º
ano, se este ano eles não foram exigidos”.
Pedro Teixeira explicou que existem aspetos que “poderão ser
introduzidos sem grande dificuldade já este ano ou em 2024 e outros em
2025”.Uma das medidas que será introduzida
já este ano será a antecipação da divulgação do despacho de vagas de
acesso ao ensino superior assim como da divulgação dos resultados das
três fases de acesso, para que todos os alunos possam começar as aulas
na mesma altura.Outra das novidades, que não irá entrar já em vigor, poderá ser o aumento do peso dos exames nacionais. Havia
instituições onde os exames nacionais podiam ter um peso de cerca de
45% e a ideia é subir para um mínimo de 50% e um máximo de 60 para 65%,
no sentido de reforçar um bocadinho aqui o peso dos exames, explicou.O
secretário de Estado defendeu que os exames têm um “papel regulador e
introdutor de alguma comparabilidade, alguma justiça social”, uma vez
que estão a concorrer alunos de todo o país e todo o tipo de escolas,
onde as avaliações podem ser muito dispares.“O
que nós observamos é que nas disciplinas em que há exame, o
comportamento padrão das notas é mais próximo entre si, quer entre
diferentes regiões do país que quer entre escolas públicas e privadas”,
acrescentou.