Alunos portugueses são únicos da OCDE com cada vez melhores resultados
29 de set. de 2020, 16:00
— Lusa/AO Online
Esta é uma das conclusões da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com base nos resultados
que os alunos de 15 anos têm nos testes PISA (Programme for
International Student Assessment), desde 2010.Na
última década, os gastos médios por aluno nos países da OCDE aumentaram
mais de 15% mas este investimento não se traduziu em grandes melhorias
de desempenhos escolares, revela o relatório hoje divulgado.A
única exceção é Portugal. O país destaca-se por ser o único país da
OCDE que conseguiu que os seus alunos “melhorassem significativamente”
os seus conhecimentos ao longo dos anos a Leitura, Matemática e
Ciências.Os resultados foram divulgados
hoje na publicação "Effective Policies, Successful Schools" (Políticas
Efectivas, Escolas de Sucesso), que constitui o quinto e último
volume de série PISA 2018, que agrega dados de 79 países e economias.Nesta
comparação entre o dinheiro investido e os resultados académicos, o
secretário-geral da OCDE, Angek Gurría, chama também a atenção para o
caso de sucesso registado em quatro províncias da China: Pequim, Xangai,
Jiansgsu e Zheijiang.Os alunos chineses
obtiveram melhores resultados a Matemática e Ciências, quando comparados
com os restantes alunos dos outros 78 sistemas de ensino analisados.Além
disso, numa análise comparativa entre estudantes de diferentes meios
sócio-económicos, os chineses mais carenciados conseguiram ter melhores
resultados do que o aluno médio da OCDE.O
grupo de 10% de alunos desfavorecidos chineses estão ao mesmo nível de
desempenho que o grupo dos 10% de alunos favorecidos de alguns países da
OCDE.Estas quatro províncias do leste da
China “estão longe de representar a China como um todo” mas, cada uma
delas, pode ser comparada em termos de dimensão a um país típico da
OCDE, lembra Angel Gurría.Naquelas quatro
províncias vivem cerca de 180 milhões de habitantes. “O que torna a sua
conquista mais notável é que o nível da renda destas quatro regiões
chinesas está abaixo da média da OCDE”, sublinha o diretor-geral,
defendendo que a “qualidade das suas escolas hoje vai contribuir para a
força das suas economias amanhã”.