Alunos não vacinados nos Açores ficam em isolamento após contacto de alto risco
Covid-19
7 de jan. de 2022, 18:34
— Lusa/AO Online
“Qualquer
contacto de um caso positivo [de infeção por SARS-CoV-2] que seja
coabitante tem de ficar isolado durante cinco dias e, no final dos cinco
dias, não tendo sintomas, tem alta. Se for um contacto de alto risco de
um caso positivo e não estiver vacinado [como acontece com as crianças
menores de 12 anos, que nos Açores ainda não começaram a ser vacinadas],
também fica cinco dias em isolamento. É como acontece com o resto da
população”, avançou, o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio
Meneses, em declarações à Lusa.As regras
são diferentes das aplicadas no continente português, onde só são
consideradas contactos de alto risco as crianças que vivam na mesma casa
com alguém infetado pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença Covid-19.“A nível nacional, um contacto de
alto risco que não seja coabitante não fica em isolamento. Entendemos
que isto propícia um maior risco de contaminação, porque há crianças que
têm o seu melhor amigo, o colega com quem estão permanentemente e, se
esse colega estiver positivo, identificado que está o contacto próximo,
entendemos que deve haver isolamento”, justificou Clélio Meneses.O
secretário regional da Saúde alertou que não serão isoladas turmas
inteiras, apenas os contactos que forem considerados de alto risco na
avaliação feita pelas autoridades de saúde.“Não
fica [a turma] toda em isolamento. Fica em isolamento o contacto
próximo de alto risco desse caso positivo. Isso é uma avaliação que dá
mais trabalho, mas é uma avaliação que é feita pela Autoridade de Saúde,
como tem sido feita até agora”, frisou.A
medida vai afetar, sobretudo, os níveis de ensino mais baixos, já que as
crianças entre os cinco e os 11 anos só começarão a ser vacinadas
contra a Covid-19 na região a partir do dia 17 deste mês.Nos restantes níveis de ensino, a regra é igual, mas há maior probabilidade de os alunos já se encontrarem vacinados.As
aulas nos Açores serão retomadas na segunda-feira, estando prevista uma
testagem em massa, com testes de saliva, para os alunos do 1.º e 2.º
ciclos, nas escolas das ilhas Terceira e São Miguel (as duas em que está
identificada a transmissão comunitária do SARS-CoV-2).“Cada
unidade de saúde de ilha está a proceder à organização operacional da
testagem massiva nestes níveis de ensino até aos 12 anos, através de
testes de saliva e, nas primeiras semanas do reinício do ano escolar,
haverá essa testagem a todos os alunos dessa faixa etária”, salientou
Clélio Meneses.Questionado sobre o facto
de a testagem abranger apenas os níveis de ensino mais baixos, o
governante disse que “são os níveis de ensino que não correspondem aos
alunos potencialmente vacinados”.Quanto ao
período escolhido para a realização dos testes, após o regresso às
aulas, Clélio Meneses disse que “é em contexto escolar que há maior
risco” e, por isso, é nesse momento que se deve “fazer uma avaliação de
quem tem ou não tem infeção”.A testagem deverá arrancar na segunda-feira, mas não há um prazo estipulado para a sua conclusão.“Depende
da capacidade de resposta das unidades de saúde e depende do evoluir da
situação pandémica, com os constrangimentos que temos, em termos de
respostas de vacinas, de testes, de internamentos e de isolamentos”,
explicou o titular da pasta da Saúde.