Alunos e pais da Secundária Antero de Quental protestam contra "condições degradantes"
9 de fev. de 2023, 16:29
— Lusa
"A
escola sempre passou por várias necessidades e o conselho executivo
pediu, por diversas vezes, verba à direção regional da Educação, que deu
sempre uma resposta insuficiente ou então nem sequer respondiam aos
‘emails’", afirmou o presidente da Associação de Estudantes da Escola
Secundária Antero de Quental, Rodrigo Monteiro, em declarações à agência
Lusa.Segundo Rodrigo Monteiro, a
manifestação de sexta-feira visa denunciar "a falta de assistentes
operacionais, a escassez de materiais essenciais como cadeiras e mesas
em condições razoáveis, a insuficiência de material de laboratório, a
falta de acesso a recursos tecnológicos" e a necessidade de "obras
estruturais" no edifício antigo."Com o
passar dos anos, os problemas foram-se acumulando e chegou a um ponto em
que a única maneira de alertar para a situação foi promover esta
manifestação, visto que não existem condições" no estabelecimento de
ensino, apontou o estudante do 12º ano. O
protesto, convocado pela associação de estudantes e de pais e
encarregados de educação, está marcado para sexta-feira, entre as 09:00 e
as 11:00 locais (12:00 em Lisboa) no portão sul da escola (Largo
Mártires da Pátria). Na escola, cujo
patrono é Antero de Quental, poeta e filósofo, nascido em Ponta Delgada,
"faltam cadeiras, mesas, recursos tecnológicos", enquanto que o
material de laboratório "está muito degradado", vincou o presidente da
Associação de Estudantes."A chefe das
funcionárias diz que são necessárias cerca de 400 cadeiras. Há um tempo,
quando foi solicitada verba, eram precisas cerca de 100 cadeiras",
denunciou.Segundo o estudante, a
degradação também afeta o edifício "mais recente" da escola, onde a
internet apresenta problemas de funcionamento, o que "complica a
utilização dos manuais digitais".Além
disso, "o piso e o chão apresentam muitas infiltrações. Existem zonas
onde chove. E há cadeiras que se partiram a meio da aula", disse Rodrigo
Monteiro à Lusa, alertando que o teto da antiga cisterna está "em risco
de colapsar".O dirigente estudantil disse
não perceber, enquanto aluno, "a falta de investimento" numa escola que
tem "as melhores médias de exames nacionais na região"."A
nossa escola precisa muito mais de verba do que outra, porque temos
muito mais património para manter. No palácio da Fonte Bela são
necessárias muitas obras, mas os alunos querem continuar a ter aulas
neste imóvel", sustentou Rodrigo Monteiro.Contactado pela agência Lusa, o presidente do conselho executivo, Ulisses Barata, disse não querer comentar a situação.A
escola, situada no centro da cidade de Ponta Delgada, tem atualmente
mais de 1.500 alunos, no ensino regular e básico, segundo o presidente
da Associação de Estudantes da Escola Secundária Antero de Quental.A
Secundária Antero de Quental, fundada em 1852 como Liceu de Ponta
Delgada, iniciou as suas atividades no Convento da Graça, sendo
transferida para o Palácio da Fonte Bela em 1921 (mandado construir em
1830 pelo Barão da Fonte Bela – Jacinto Inácio Rodrigues da Silveira),
onde se encontra atualmente.O Palácio da Fonte Bela está classificado como Imóvel de Interesse Público.